O que Ricardo fará com 1 Bilhão...
No artigo anterior falei dos tempos da ditadura militar quando o Brasil de Delfim Neto, Bob Campos e Mário Henrique Simonsen criou e fomentou empresas estatais para comprar tecnologia de ponta aos americanos, endividando o nosso país. Foi uma farra, porque o Brasil, a partir daí, passou a comprar muito e dever tudo, e entrou num surto de desenvolvimento a custa da miséria interna de seu povo, que teria de pagar a conta por longos anos, adiando a sua própria emancipação social.
Há várias formas cruentas de o povo pagar a conta de seus governantes. A mais penosa é a da corrupção, porque o dinheiro que desce no ralo da corrupção poderia ser canalizado para escolas, creches, hospitais e outros programas sociais do governo. Via de regra, a corrupção retira percentuais dos contratos - lixo, rodovias, hospitais, adutoras, prestação de serviços, grandes negócios que envolvem milhões de reais. A taxa de gatunagem varia de 3 a 10 por cento. Esse crime tem duas facetas hediondas: retira o dinheiro da comissão da qualidade das obras, que se acabam ou apresentam defeitos em pouco tempo (como as estradas asfaltadas), e destrói a cultura da sociedade, pelo mau exemplo degradante que ensina a indecência pública de cima para baixo.
A outra forma é como fez o Brasil do General Médici, que para crescer teria de hipotecar financeiramente a pobreza, até que ela pague com o abandono do Estado o último tostão das dívidas contraídas. Ainda hoje, quando um trabalhador nordestino é levado como escravo branco para as lavouras de cana ou café do Sul e Centro-Sul do país, de lá só volta quando pagar com seu suor e condições inumanas de trabalho o que a firma gastou para ele viajar e comer durante certo tempo. É barbarismo estarrecedor.
Por fim, a terceira via crucis do povo diante dos governos é ter de pagar muito pela estupidez e desonestidade dos governantes, e pouco ou quase nada ter de ganhar de seus acertos. É uma infelicidade imensa para os pobres terem o tipo de governo que têm no Brasil, onde os recursos públicos crescem na mesma proporção em que decresce o atendimento às demandas da população. Por isso é que falta de tudo, menos, naturalmente, vontade aos governantes de salvarem primeiro a si mesmo, para, depois, se for possível, olharem para os pobres.
Ricardo Coutinho já tem na bisaca 1 bilhão, 129 milhões, 524 mil reais e 12 centavos, segundo o extrato bancário de 30/04/2011, assinado pela Contadoria do Estado, já descontadas as folhas de pagamento dos poderes, inclusive do Poder Executivo. Em fevereiro deste ano, havia no banco R$ 881.710.339,54. E, em dezembro de 2010, ainda no governo Maranhão, eram quase 700 milhões em caixa.
Do ponto de vista político, o atual governo mente às escâncaras quando diz que encontrou uma administração falida. Todas as provas técnicas, sem exceção, demonstram o contrário, o que corroi a credibilidade e a confiabilidade na palavra oficial. Esse é um dos maiores danos causados à imagem do governador, e ainda não se sabe porque Ricardo teria enveredado por esse caminho custoso à sua identidade de homem público, pouco acusado antes de ser farsante.
Como primeiro resultado dessa perda de veracidade da palavra oficial, já se diz do governador tudo quanto vem à boca, insultos, agressões morais e verdades diretas e duras, só porque Ricardo se permitiu a não ser leal e honesto com a palavra diante da população.
Mas interessa muito saber ou imaginar o que Ricardo Coutinho fará com muito dinheiro e pouco respeito às pessoas, e quem terá de pagar a conta, além dele próprio. Quais são as implicações gerais? Retomo o assunto na segunda-feira, à tarde. Até lá.
Hora exata.
1 comentários:
O que esse inseto tem haver com RC, claro que nada, mas ele está doido para ir para o lado RC, lógico mamar e dar uma de moderno, este é um dos piores desastres já introduzidos na política da Paraiba. Um verdadeiro parasita!
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