Deputado diz que terceirização desmobiliza servidores e facilita corrupção com o dinheiro público

“O governo do estado e a Prefeitura de João Pessoa, com a terceirização na saúde e educação, estão querendo funciários sem plano de cargos e carreiras, sem poder de mobilização e a chance de fazerem o que quiserem sem licitação, o que facilita a corrupção com o dinheiro público”. A afirmação foi feita pelo deputado estadual Frei Anastácio (PT), na tribuna da Assembléia Legislativa, nesta quinta-feira.
Frei Anastácio citou que as experiências com essas Organizações Sociais, em São Paulo, Rio de Janeiro e outras cidades foram um desastre. “Dessa forma, eu vejo como primeiro objetivo dos governos estadual e municipal, terem uma forma de realizar manobras com o dinheiro público, ancorados pela ausência de licitações”, disse.
De acordo com o deputado, com essas terceirizações, as Organizações Sociais, ficam livres para comprarem o que quiserem do preço que quiserem. “O céu é o limite para as operações dessas organizações, que podem muito bem criar compras fictícias, para fazer caixa a mando de alguém e outras coisas mais. Como não existe licitação, tudo é feito como se fosse uma empresa privada gerindo seus interesses”, afirmou o parlamentar.
O outro objetivo dos governos, segundo o deputado, com essas tercerizações, é desmobilizar as categorias de servidores. “Isso mesmo, como o serviço vai para as mãos de uma organização, o foco fica desviado. Quem se mobilizar vai para a rua. E temendo represália, os trabalhadores que precisam dos empregos, se submetem a humilhação”, alertou.
O parlamentar ressaltou que “na verdade, nenhum desses governantes quer funcionários com planos de cargos, bem remunerados e com autonomia para poder lutar pelas políticas do setor. O que eles desejam é um exército de cabos eleitorais subempregados mal remunerados e que não possam dar um “pio” em termos de reivindicação”, denunciou.
Este modelo de Organizações Sociais de Saúde, segundo Frei Anastácio, foi implantado em 1998, pelo falecido governador Mário Covas, no Estado de São Paulo e gerou uma situação da maior gravidade para o sistema de saúde. “O modelo, que hoje está sendo apontado na Paraíba como um paraíso, atingiu profundamente hospitais de referência no mundo”, afirmou Frei Anastácio.

 

Assessoria.

 SABADO 17 de SETEMBRO de 2011