Frei Anastácio registra reconhecimento de duas comunidades quilombolas na Paraíba
A
Paraíba teve o reconhecimento de mais duas comunidades quilombolas pelo Incra:
Matão, no município de Mogeiro e Grilo, na cidade de Riachão do Bacamarte. As
Portarias de reconhecimento foram publicadas recentemente no Diário Oficial da
União. O assunto foi registrado hoje (19), pelo deputado estadual Frei
Anastácio, no plenário da Assembleia Legislativa. “O convênio que possibilitou
esse reconhecimento foi firmado durante a minha gestão, enquanto
superintendente do Incra. Foi a partir dos esforços de nossa gestão que esse
beneficio foi plantado e alcançado agora”, disse o deputado.
O
deputado relatou que na comunidade Matão moram 29 famílias remanescentes de
quilombo e possui área de aproximadamente 214 hectares. A comunidade Grilo
possui 50 famílias que vivem em cerca de 139 hectares. “Para quem, não sabe, as
comunidades quilombolas são grupos étnicos predominantemente constituídos pela
população negra rural ou urbana, que se autodefinem a partir das relações com a
terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas
culturais. Estima-se que no Brasil existam mais de três mil comunidades
quilombolas”, explicou.
Segundo
Frei Anastácio, atualmente, outros 26 processos para a regularização de
territórios quilombolas encontram-se em andamento no Incra-PB. De acordo com a
presidente da Associação de Apoio aos Assentamentos e Comunidades
Afrodescendentes da Paraíba (Aacade-PB), Francimar Fernandes, das 38
comunidades remanescentes quilombolas identificadas na Paraíba, 36 já possuem a
Certidão. O primeiro passo para a regularização do território das duas
comunidades vem com publicação, pela Presidência da República, dos decretos de
desapropriação das áreas particulares que estiverem inseridas no perímetro
reconhecido.
Após
a desapropriação, o Incra será imitido na posse dos territórios delimitados e
será concedido um título coletivo e inalienável de propriedade à comunidade em
nome de sua associação dos moradores. A elaboração dos Relatórios
Antropológicos que compõem os Relatórios Técnicos de Identificação e Delimitação das áreas foi fruto de um contrato firmado em março
de 2008,entre o Incra-PB e a Fundação Parque Tecnológico da Paraíba.
“Estamos
reconhecendo a integralidade social de duas áreas quilombola e com isso
resgatando a cidadania desses povos cujas descendências remontam à época da
escravatura. A equipe responsável pela elaboração dos relatórios foi formada
por quatro professores doutores em Antropologia da Unidade Acadêmica de
Ciências Sociais da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). O Incra da
Paraíba, mais uma vez, atua de maneira a cumprir a razão social de sua
existência. Temos uma dívida enorme com esses povos e resgate de sua cidadania
depende de ações como essas que o Incra está realizando”, afirmou o deputado.
Assessoria com Zé Luiz Mineiro
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