São Mamede/PB nas telas: ator da Globo estreará como diretor de cinema com filme inteiramente rodado no sertão paraibano

Ao falar sobre literatura, o escritor Mário Quintana dizia que os livros não mudam o mundo, mas sim as pessoas mudam o mundo. Os livros, segundo Quintana, mudam as pessoas. É com o desejo de descobrir se a arte e os artistas, neste contexto, podem mudar o mundo, tornando fértil aquilo que parece estéril, que o jovem consagrado ator brasileiro Guilherme Weber, popular e nacionalmente conhecido após encenar um vilão na novela Da Cor do Pecado, decidiu captar recursos para rodar o filme “Deserto”, com todas as locações a serem realizadas no sertão da Paraíba.

Adaptado do romance Santa Maria do Circo, do escritor mexicano David Toscana, o filme contará a história  de oitos artistasmambembes que descobrem um vilarejo abandonado no sertão nordestino e decidem fundar uma comunidade alternativa, tendo a arte como fertilizante. “Além de desconstruir, saberemos construir?”, questiona o próprio diretor (foto ao lado), ao resumir o dilema da trama numa indagação sobre até o onde pode chegar a arte como instrumento transformador do mundo.

Foto: Renata Cavalcante

Entre as propostas de locação, a Vila Pitacos, um pequeno vilarejo na pequenina cidade de São Mamede no Vale do Sabugi, próxima a Patos, além de Cabaceiras, já inserida por muitas vezes no roteiro do cinema brasileiro. No elenco de “Deserto”, atores brasileiros consagrados, como Lima Duarte, que será o chefe do grupo e um decadente amante do teatro, e Osmar Prado, um mágico que, sarcasticamente, não acredita no que vê. O ator paraibano Everaldo Pontes também foi escalado.

Em passagem por João Pessoa, Guilherme, que está em fase de captação de recursos, esteve com o vice-governador Rômulo Gouveia, e a secretária de Comunicação no Estado, Estela Bezerra. E também com o signatário deste blog, durante almoço.  Sobre a experiência de tentar rodar o primeiro filme e ainda mais sob o calor cortante do sertão paraibano, Weber, que já acumula experiência como diretor de teatro, se protege com uma frase inquestionável: “Nada melhor do que uma ideia cujo tempo chegou”.

Zé Luiz Mineiro/SãoMamede1