"São Mamede 60 Anos" Os Causos de São Mamede, Zé Pereira e Zé Tungão.
Causos
Os causos populares fazem parte
de um universo cultural que tem como suporte a tradição oral de um povo, não
sendo de fácil definição porque se confunde frequentemente com outros
conceitos, como por exemplo, a lenda e o mito. Mesmo assim, poderíamos dizer
que um causo popular é um texto narrativo, curto, que procura deleitar,
entreter ou educar o ouvinte, e que é geralmente de ficção.
É um texto que tem
uma origem anônima, faz parte da tradição oral de uma comunidade e reflete os
mais variados sentimentos da alma de um povo, os seus hábitos, usos, costumes,
vícios e índole.
Causos de São Mamede
O Peba dos Defuntos.
Aconteceu no cemitério de São
Mamede. Todos os dias vários cachaceiros
se reuniam na calçada do cemitério par apreciar uma garrafa de pinga. Mas como
tempo o tira gosto foi faltando e os cachaceiros ficando aperreados e o jeito
era improvisar; um certo dia um cachaceiro avistou um peba andando por cima das
sepulturas e tratou logo de avisar os outros por era o tira gosto perfeito.
Então fizeram uma armadilha para
pega-lo. Foram noite e noite de guarda até que o peba foi capturado. A
festa foi muito grande, o peba estava quase se poder andar de tanta gordura. No
outro dia reuniram-se todos os cachaceiros e saborearam o peba.
ZÉ PRETO E O CABARÉ
Zé Preto era um vaqueiro valente
e afamado na região e quando bebia se estranhava com todo mundo certo dia foi
ao prostibulo da cidade e chegando ao recinto as mulheres fecharam a porta para
ele não entrar. Como era muito forte aproveitou que ia passando um jegue
segurou o bicho pelo meio e jogou em cima do prostibulo, toda a cidade foi ver
arrumação de Zé Preto.
O CIUME DE ZÉ OIÃO
Zé Oião era tão ciumento que
quanto sai de casa varria todos os lados da casa. Dizia ele que se alguém visitasse
sua residência as pegadas ficariam no chão.
O ESTILISTA DE BARRO
Há muitos anos atrás existia em
São Mamede um estilista que usava potes para os seus moldes de roupas. Tinha
potes para roupas de crianças e até para idosas para mais de 100 quilos.
O VELHO E A CALÇA
Existiu aqui em nosso município
um cidadão muito matuto. Todo o sábado ele vinha para a feira. Vinha de cueca
até a entrada da rua e quando chagava a esse ponto vistia uma calça comprida,
fazia as compras e quando ia voltar para o sitio tirava a calça e ia só de
cueca. Dizia ele para economizar roupa.
O SONHO DE ZÉ.
Ai Zé, qual é
o teu sonho? O que pensas de nós humanos? O que enfim queres tu com esse teu
gesto de rebeldia? Não é normal morar num buraco, esse é o meu ponto de vista.
Mas quem sou eu para dar palpite a te, hem Zé? Certamente achas que a vida é muito curta para
tanta fadiga. Só Zé, que a fadiga também faz parte da vida e quantos não dariam
fortunas para ter fadigas. Só Zé, que tu sabes amar a vida e nós amamos apenas as
tolices da vida. Somos tão ingênuos que achamos que você é louco; e Tu Zé o que
acha que nós somos, sábios, deuses, demônios ou um bando de alienados que
sonham em ganhar na loteria pra ficar rico; ou ainda uma turba de tolos que
ousam em dar conselhos a quem nos dar lições de vida.
É
Zé, viver é melhor que sonhar – disse o poeta – e tu Zé o que dizes? Dizes que
viver é apenas viver sem ostentação, sem orgulho, ou tu ostentas apenas tua
superioridade humana para zombar de nós pobres seres cativos, de focinheira
curta, de querer pequeno, da liberdade morta na esquina do vivo ali no cenário
da omissão. Embora não compreendamos a
tua escolha e nem a tua filosofia, mas sabemos que caminhamos ombro a ombro
para o mesmo sentido, buscando o crepúsculo que um dia será igual para todos.
Zé Pereira, eu te invejo, porque compreendeste antes que o buraco é uma
sentença para todos, a última filosofia.
BlogSãoMamede1
Zé Luiz Mineiro
Professor Coló
Jornalista Mario Bento
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