Mensalão tucano chega a dez anos de impunidade
No caso do PT, STF já se posicionou e até punir réus sem provas.
Passada quase uma década,
petistas já finalizando o cumprimento de suas penas por conta de acusações
semelhantes, e os denunciados pelo chamado mensalão tucano de Minas Gerais
sequer foram julgados. O escândalo de compra
de apoios à
reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB) aconteceu em 1998, mas foi
descoberto apenas em julho de 2005. De acordo com denúncia do Ministério
Público Federal, o mensalão tucano envolveu desvios de R$ 3,5 milhões de
empresas públicas de Minas, usados na campanha eleitoral.
Enquanto isso, a Ação Penal 470,
o mensalão do PT, foi julgado com rigor extremo pelo Supremo Tribunal Federal
(STF), comandado implacavelmente pelo então ministro Joaquim Barbosa e um
ambiente de espetacularização da mídia familiar.
Praticamente todos os acusados
receberam penas duríssimas, sumárias e inéditas na história da Corte Suprema.
Figuras importante do petismo e da República, a exemplo do ex-tesoureiro
Delúbio Soares, o ex-presidente da sigla José Genoíno e do ex-ministro da Casa Civil
José Dirceu cumprem suas estão em pleno cumprimento de suas condenações já no
regime semi aberto.
Em relação ao escândalo
envolvendo o tucanato, o STF não teve o mesmo rigor. A corte que não admitiu o
desmembramento do processo para envio às instâncias inferiores, teve
entendimento diferente nos caso de Azeredo. O processo do então governador
mineiro, que desde março de 2014 está pronto para ir a julgamento, deverá ser
analisado pela primeira instância da Justiça mineira. A data sequer foi marcada
ainda.
Azeredo, numa clara manobra,
renunciou ao mandato de deputado federal e perdeu o foro privilegiado. Apesar
de a renúncia ter ocorrido em março, somente no dia 4 de dezembro a ação penal
chegou à 9ª Vara Criminal, em BH, onde já tramita outro processo, esse com oito
réus.
Essa outra ação tinha dez réus,
mas a morosidade da Justiça permitiu que o crime prescrevesse para dois deles,
que completaram 70 anos. Os favorecidos foram o ex-ministro Walfrido dos Mares
Guia e o tesoureiro da campanha de Azeredo, Cláudio Mourão.
Esse processo ainda se arrasta, e
nenhum réu foi nem sequer ouvido. A última audiência do ano não aconteceu
porque os advogados dos réus não foram notificados do depoimento com a última
testemunha de defesa, justamente do réu José Afonso Bicalho. A audiência foi
remarcada para 21 de janeiro.
Há ainda um terceiro processo,
que envolve o ex-senador Clésio Andrade (PMDB). Ele também renunciou ao
mandato, o que levou o processo para a primeira instância.
Brasil 247
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