Frei Anastácio diz que nova tendência do PT quer renovação no partido
O deputado estadual Frei
Anastácio disse, hoje (29), que a nova tendência interna do partido “Avante
S21” defende renovação na legenda. O lançamento da nova força aconteceu em
seminário realizado nos dias 26 e 27, em Brasília. A tendência é uma fusão das
correntes Brasil Socialista e Socialismo 21 à Avante.
O Seminário Nacional de Fundação
da nova força contou com a presença de militantes de 16 estados e dos
parlamentares que compuseram a frente, dentre os quais a senadora Fátima
Bezerra (PT-RN), a deputada Maria do Rosário (PT-RS) além dos deputados Arlindo
Chinaglia (PT-SP), Chico D’Angelo (PT-RS) e Marco Maia (PT-RS).
Manifesto
No encontro, houve a eleição por
aclamação do Conselho Político Nacional da Avante S21. Ao final do encontro
nesta terça-feira (27), houve o lançamento do manifesto no qual a militância
defendeu a retomada do “socialismo como horizonte estratégico”, numa perspectiva
de radicalização da democracia e da participação social. A deputada Maria do
Rosário recordou a importância da participação e da atuação direta da
militância na construção das políticas.
Dentre os principais pontos do
manifesto, a defesa do socialismo democrático como alternativa ao capitalismo,
tendo como caminho a luta pelos direitos humanos. O manifesto também repudiou a
atual forma de organização pelo PED (Processo de Eleições Diretas). Militantes
de movimentos sociais, sindicais e de diversas outras tendências deram suas
saudações à fundação, dentre eles companheiros da Esquerda Popular Socialista
(EPS), Democracia Socialista (DS), Militância Socialista (MS) e Articulação de
Esquerda (AE) participaram do encontro saudando a criação da nova tendência com
a perspectiva de apoio à Frente Brasil Popular.
A senadora Fátima Bezerra falou
do manifesto construído por tod@s. “É o manifesto que chama para seguirmos em
frente, Avante com o PT que não perca sua utopia socialista, ousado na defesa
dos direitos humanos e acolhimento da juventude pelo que representa na nossa
luta em defesa da democracia. Avante”.
Dentre os debates houve mesas
sobre a atualidade da estratégia socialista, análises da conjuntura nacional e
debate sobre os oito pontos do manifesto, que definiu 13 compromissos da
tendência. O próximo encontro do Conselho Político Nacional ocorre em janeiro
de 2016, no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre.
Para o deputado estadual Frei
Anastácio,“o Avante representa uma aproximação da militância do PT e dos
movimentos sociais. Com o Avante iremos resgatar os valores e conquistas do
nosso partido, feitas com suor e sangue, ao longo dos 35 anos”, declara o
deputado estadual Frei Anastácio, liderança da tendência no estado da Paraíba.
Fusão: Socialismo 21 e Brasil
Socialista unidos para ir Avante
A senadora Fátima Bezerra
ressaltou a importância da fusão entre correntes e grupos políticos na
consolidação do Avante S21. “Muito feliz aqui pelo Avante, ao lado do Brasil
Socialista e do Socialismo 21, movidos pelo desejo de uma forma mais articulada
contribuirmos para o resgate do nosso Partido, corrigindo as distorções, mas
proclamar o orgulho que temos pelo legado que o PT promoveu”, disse a senadora.
Integrando a nova corrente, o
deputado federal gaúcho Marco Maia falou sobre a capacidade de gerar resultados
reais na vida das pessoas pela capacidade de teorizar. “Já escrevemos muitas
teses mas o que efetivamente produzimos foi a transformação da vida no nosso
Brasil, que hoje tem emprego pleno, salário digno, políticas que se preocupam
com suas vidas. Mas temos o desafio de continuar propondo transformações. Essa
talvez seja nosso maior desafio para o Avante que hoje se funde também com o
Socialismo 21”, afirmou.
O integrante da Coordenação
Nacional da Avante S21, Eliezer Pacheco, defendeu a qualidade do debate
político e a formulação qualificada. “Sem política revolucionária não há
processo revolucionário, como demonstrou Lenin”, afirmou. Para Eliezer, o
caminho para o socialismo no presente e no futuro, como saída para a crise no
Partido deve ser pela radicalização da democracia.
Crise e autocrítica
No primeiro dia do encontro, o
deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), fez profunda análise da conjuntura internacional e
situação do Brasil neste momento. Lembrou a fala do Papa Francisco sobre a
“Globalização da Indiferença”. “Os atuais movimentos que atacam Dilma e Lula
nas ruas tem essa indiferença em sua essência: não tem como valor a
solidariedade”, afirmou Chinaglia, demonstrando o tipo de política pautada pelo
capital, e não pelas necessidades dos povos e classes trabalhadoras que move
tais movimentos de direita. “A pressão econômica que se junta a pressão da
mídia é antidemocrática. Independente das eleições quem vai governar é o
capital segundo seus valores. Creio que é fácil perceber que isso chegou ao
Brasil, agravado pela situação do governo que sofre dificuldades em dialogar
com este Congresso”, afirmou. Para ele, o surgimento da tendência é um momento
importante de inflexão contra estes retrocessos.
O representante da tendência
Militância Socialista (MS), Gilney Vianna, esteve presente ao evento para
saudar os companheiros. ”A nós da MS a fundação do Avante nos questiona
positivamente, apostamos na possibilidade de elaborarmos estratégia de mudança
no PT pela situação em que a crise está e como foi a crise sofrida pela
esquerda institucionalmente no ano de 1964”, afirmou Gilney, que atuou na
resistência durante o regime militar.
Ele traçou paralelo com a desestruturação dos partidos de esquerda quando da
realização do golpe militar, desmoralizando a esquerda derrotando o projeto
democrático e popular.
O ajuste fiscal foi alvo de
graves críticas pelo senador Lindberg Farias (PT-RS), que participou em
saudação ao movimento. “Junto à Frente Brasil Popular devemos resistir contra o
reajuste para evitar que trabalhadores e trabalhadoras percam ainda mais
direitos. E a criação do Avante nos traz mais esperança para seguir nessa
luta”, afirmou.
Reportagem Vinicius Borba/
MídiAvante
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