Ontem (14), o Ministério da
Educação (MEC) recebeu dos estados e municípios pedido de adiamento do reajuste
para agosto e que o índice fosse 7,41%. Ao anunciar o valor hoje, Mercadante
ressaltou que a pasta apenas cumpre a lei vigente.
“Muitos estados e municípios têm
uma situação mais sensível, o que a gente pede é que haja disposição de
diálogo, de busca de negociação entre sindicatos e governos, para que seja
pactuado – onde não há condições –, com transparência, uma política de
pagamento do piso que seja compatível [com a situação local]”, disse
Mercadante.
Pela lei, o piso vale a partir de
janeiro, mas o ministro destacou que isso pode ser negociado entre
trabalhadores e governos.
Lei do Piso
O piso salarial dos docentes é
reajustado anualmente, seguindo a Lei 11.738/2008, a Lei do Piso, que vincula o
aumento à variação ocorrida no valor anual mínimo por aluno definido no Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb).
Desde de 2009, com o início da
vigência da lei, até 2015, segundo Mercadante, o piso dos docentes teve aumento
real, ou seja, acima da inflação no período, de 46,05%. Mercadante disse que o
percentual de aumento foi um dos maiores entre todas as categorias, públicas ou
privadas, mas reconheceu que há uma desvalorização histórica dos salários dos
professores.
“Herdamos uma situação de
salários muito baixo dos professores. Apesar desse crescimento, ainda é um
salário pouco atrativo”.
O piso é pago a profissionais em
início de carreira, com formação de nível médio e carga horária de 40 horas
semanais. Pela lei, os demais níveis da carreira não recebem necessariamente o
mesmo aumento. Isso é negociado em cada ente federativo.
Em um contexto de crise, estados
e municípios alegam dificuldade em pagar o valor definido pela lei.
Ontem, os estados pediram que o MEC complementasse o valor aos governos em
situação mais delicada, o que também está previsto em lei. Mercadante disse que
a complementação pode ser negociada, desde que haja uma proposta consensual
entre estados e municípios. Quando receber a proposta, a pasta avaliará a
viabilidade, segundo o ministro.
Histórico
Em 2009, quando a Lei do Piso
entrou em vigor, o pagamento mínimo para professores passou de R$ 950 para R$
1.024,67, em 2010, e chegou a R$ 1.187,14 em 2011. No ano seguinte, o piso
passou a ser R$ 1.451. Em 2013, subiu para R$ 1.567 e, em 2014, foi reajustado
para R$ 1.697. Em 2015, o valor era R$ R$ 1.917,78. Na série histórica, o maior
reajuste do piso foi registrado em 2012, com 22,22%.
Apesar dos aumentos, atualmente,
os professores recebem cerca de 60% do salário das demais carreiras com
escolaridade equivalente. A melhora do salário dos professores faz parte do
Plano Nacional de Educação (PNE), lei que prevê metas para a melhoria da
educação até 2024. Até 2020, os docentes terão que ter rendimento equiparado ao
dos demais profissionais com escolaridade equivalente.
FONTE: Agência Brasil
Um comentário:
Ainda é muito pouco para um profissional tão significativo numa nação, porém, veremos vários "INGESTORES" dizendo que não têm com que pagar...
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