Amiga relata que morte de Izidoro foi de tristeza por conta da situação envolvendo a Asdef
Morreu na noite dessa sexta-feira (19) o presidente da Associação de Deficientes e Familiares (Asdef), Francisco Izidoro, em João Pessoa. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu às tentativas de reanimação durante atendimento de urgência no Hospital da Unimed. A Asdef encerrou as atividades após problemas financeiros.
A amiga dele e membro da Asdef, Douraci Vieira, disse ao Portal Correio que ele era saudável e ativo, mas estava psicologicamente debilitado porque não conseguia mais administrar a Asdef por falta de recursos. Os problemas se agravaram após a Operação Belerofonte, desencadeada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) em 19 de setembro deste ano, investigando supostos esquemas de corrupção na Associação.
Segundo Douraci, ele era inocente, mas passou a ficar deprimido, o que pode ter colaborado com o aparecimento de problemas de saúde. Essa semana, Izidoro começou a apresentar sintomas suspeitos, como desmaios, vômitos e diarreia e chegou a ser atendido na Unimed, mas teve alta após apresentar melhora.
Ela relatou que esteve com ele nessa sexta e depois do encontro, ao chegar a casa onde mora, recebeu a ligação da esposa dele com a informação da morte. “Izidoro morreu de tristeza por causa do que aconteceu nos últimos dias”, afirmou Douraci, extremamente abalada.
O velório ocorreu das 12h às 16h deste sábado (20), na funerária Rosa de Saron, no bairro de Jaguaribe, em João Pessoa. Depois, o corpo foi levado para a cidade de São Mamede, a 283 km da Capital, que é a terra-natal de Izidoro, onde foi sepultado neste domingo (21).
Perfil
Segundo a amiga, Izidoro sempre foi ativista e militante que lutava pelos direitos humanos. Esteve engajado com movimentos estudantis, lutava pelas causas humanitárias e fundou a Asdef em 2003, assumindo o compromisso de ajudar pessoas com deficiência. “Eu me uni a ele em 2008 e estávamos juntos nessa luta há 10 anos. A Asdef cresceu, seguiu nessa linha [de ajudar pessoas]. Vamos continuar lutando”, disse Douraci.
Aos 52 anos, Francisco Izidoro era casado e deixa três filhos, sendo duas crianças e um adolescente. Ele foi servidor da Justiça Federal e estava aposentado da função de analista judiciário. Nas redes sociais, amigos e familiares lamentaram.
Asdef
Fundada em 2003, a associação trabalhava pela inclusão e assistência a pessoas com deficiência. No local, nenhum usuário ficava internado. A unidade trabalhava com o desenvolvimento de atividades gratuitas para cerca de 300 pessoas com deficiência por mês e permitiu que elas ganhassem espaço no mercado de trabalho, obtivessem informações sobre direitos e deveres de cidadania e recebessem assistência psicológica e social para viverem com independência.
Portal40Graus
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