FREI ANASTÁCIO: Assembléia realiza sessão especial para discutir uso de agrotóxico na Paraíba
A Assembléia Legislativa realiza
sessão especial nesta segunda-feira (7), às 14h30, para discutir a utilização
excessiva de agrotóxicos, na Paraíba. A propositura é do deputado estadual Frei
Anastácio (PT). A sessão contará com participação de representantes dos
movimentos sociais, associações, federações e sindicatos ligados a terra, órgão
federais e estaduais, a exemplo da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância
Sanitária-, Fórum Nacional de Combate aos Efeitos dos Agrotóxicos, Centro
Regional de Referência em Saúde do Trabalhador, INCRA, MDA, Ministério Público
Regional do Trabalho, Agevisa, Secretária da Agricultura do Estado, entre
outros.
“Em nosso estado, o veneno está
presente nos canaviais, nas plantações de fumo, de frutas e hortaliças
consumidas in natura. Para se ter uma idéia, cada brasileiro consome, em média,
5,2 litros de veneno por ano e na Paraíba não é diferente”, denuncia Frei
Anastácio.
O parlamentar informou que a
sessão especial será realizada a pedido das entidades que congregam os
trabalhadores da agricultura familiar, que inclusive, já desenvolvem uma boa
produção agrícola sem uso de agrotóxicos. “Um dos exemplos são as 27 feiras
agroecólogicas que existem na Paraíba. Cada feira vende, em média, seis
toneladas de alimentos, por semana, produzidos sem nenhum tipo de veneno. O
nosso objetivo é expandir cada vez mais esses conhecimentos, em parcerias com o
governo federal e estadual e outras organizações interessadas numa agricultura
saudável”, afirmou.
O deputado alerta que a ingestão
de alimentos contaminados por agrotóxicos pode causar vários tipos de câncer,
anomalias, mutações nos fetos, aborto e mortes de pessoas e animais. No Brasil,
segundo ele, mais de um milhão de toneladas de veneno foram jogadas nas
lavouras em 2.009. “São sete bilhões de dólares utilizados em compra de
agrotóxicos no país, e a venda é controlada por apenas seis empresas
transnacionais, as quais respondem por 80% do mercado internacional”, destacou.
Para o petista, a utilização
excessiva dos agrotóxicos está diretamente ligada à política Agrícola adotada,
que é um modelo explorador que impulsionou o aumento da produção de forma
dependente de pacotes agroquímicos, adubos, sementes transgênicas e venenos. “A
utilização dos agrotóxicos na agricultura contamina o ar, os rios, os açudes,
as terras cultiváveis e, de forma direta, boa parte dos alimentos consumidos
pela população. Dessa maneira, a contaminação passa a ser um problema de saúde
pública e de degradação do meio ambiente. É preciso denunciar que o uso dos
agrotóxicos afeta as pessoas do campo e da cidade, contaminando não apenas os
agricultores que os produzem, como também quem os consome”,alertou.
Produção sem veneno
Frei Anastácio lembra que em
contraposição a esse modelo “assassino”, aqui no estado uma grande quantidade
de famílias camponesas tem consolidado sistemas de produção e distribuição
agroecológicos, que utilizam, por exemplo, defensivos naturais, redes de feiras
livres e bancos de sementes da paixão.
“Dessa forma, torna-se necessário unir campo e
cidade na busca de alternativas na produção de alimentos que promovam qualidade
de vida, do agricultor ao consumidor. Por estas razões estamos solicitando a
realização de uma sessão especial na Assembléia Legislativa da Paraíba onde
debateremos o assunto em pauta e construiremos os encaminhamentos adequados à
produção e o consumo de alimentos da Agricultura Familiar em nosso estado, concluiu.Assessoria.
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