Médicos do Rio de Janeiro substituem médicos de Patos no Hospital Regional

A solução encontrada pela Secretaria de Saúde do Estado para suprir a falta de pelo menos 14 médicos que deixaram seus plantões extras no Hospital Regional de Patos foi a contratação de médicos do Rio de Janeiro que já estão em Patos.

Pelo menos 7 médicos, 3 cirurgiões e 4 intensivistas já estariam prestando serviços no HRP para revolta dos médicos patoenses. Os médicos vindos do Rio de Janeiro estão hospedados no Hotel J.K.

Os médicos afirmaram que esta mesma atitude foi tomada pelo secretário anteriormente em Campina Grande e João Pessoa onde na Capital trouxeram médicos sem residência, e Campina trouxeram residentes com seus chefes, desvalorizando totalmente os profissionais das duas cidades.

Segundo os médicos, o mais absurdo foram os valores oferecidos a esses profissionais, bem acima da tabela paga aos profissionais paraibanos.

Nas duas cidades a Secretaria ofereceu um plantão no valor de R$ 3.000,00, avião, hotel e ainda alimentação por um plantão de 24 horas. "Imagina se eles vão sair do RJ pra cá por 640,00, bruto?", indagou um médico.

Um médico observou que primeiro tem que exigir a qualificação com residência médica desses FDP; tem que usar a questão da transparência para saber quanto estão recebendo, e ainda procurar seus contra-cheques.

O fato deixou ainda mais os médicos revoltados com o tratamento dispensados a eles por parte da Secretaria de Saúde que paga mais por um plantão aos médicos de Campina Grande e João Pessoa.

Os médicos continuam a denunciar que enquanto aqui eles ganham 640 reais por plantão de 24 horas, nas outras duas cidades o serviço é pago por 1.200 reais em João Pessoa e 1 mil reais em Campina Grande.

Um médico que atende no Regional bradou para os colegas: "Se você acha que vale a metade de um médico da Capital, fique aí atendendo". O recado resultou na entrega dos plantões pelos mais de 14 profissionais.

A ex-diretora da Maternidade Peregrino Filho, Silvia Ximenes, assumiu a direção do Hospital Regional de Patos após a exoneração do diretor Eliseu de Melo que pediu demissão do cargo.

O presidente Sindicato dos Médicos(SIMED), Tarcísio Campos, criticou a decisão tomada pelo governo. "Os médicos vindos do Rio de Janeiro sabem que a categoria dos médicos do Sertão está em negociação financeira com o governo, e mesmo diante desse fato, assumiram os plantões dos colegas" afirmou Campos.

O SIMED alega que o governo tem o claro objetivo de desacreditar os médicos de Patos, pois está pagando um absurdo de dinheiro para os médicos do Rio.

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