Trânsito que mata! Por Jordan Bezerra
Um estudo inédito sobre a violência no trânsito no mundo, realizado pelo Instituto Sangari, mostrou que o Brasil é o segundo país em vítimas fatais, em acidentes de motocicletas, perdendo só para o Paraguai. Segundo o estudo, acontecem 7,1 óbitos a cada 100 mil habitantes no nosso país.
Como base comparativa, os Estados Unidos são o décimo colocado no Ranking com 1,7 óbitos a cada 100 mil habitantes. Vale ressaltar que a frota de veículos dos americanos é quatro vezes maior do que a nossa. Dentro desse contexto, surgem perguntas pertinentes. Onde erramos tanto? Já foi feito algo por parte dos nossos governantes para diminuir dados tão lastimáveis? A frota do Brasil tem crescido? O que nós, cidadãos comuns, podemos fazer para diminuir esses números infelizes?
Nos últimos 15 anos, no Brasil, segundo a pesquisa citada, a taxa de mortalidade em acidentes envolvendo motos cresceu 846,5 % enquanto a de carros cresceu 58,7%. No ano de 2011, morreram quase 43 mil pessoas, o que constitui uma média de 117 pessoas por dia vítimas de acidentes no Brasil – entre motoristas, motociclistas e pedestres. O dado é do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O Departamento ainda apontou que o crescimento da frota de veículos do país, nos últimos 10 anos, foi de 119%. Hoje, são 65 milhões de veículos circulando no Brasil, ou seja, a cada três brasileiros, há um veículo.
Na Paraíba, segundo o DETRAN-PB, já são 805 mil veículos circulando. No ano de 2011 foram registradas 845 mortos, levantamento feito pela Organização Não Governamental (ONG), “Educar para o trânsito, educar para a vida”. A Polícia Rodoviária Federal constatou um aumento de 34% de acidentes nas estradas paraibanas em relação ao ano de 2010. Em Patos, por exemplo, já são 39 mil veículos registrados. É a terceira frota do Estado. Não se contam aqui os inúmeros veículos de outras cidades que circulam diariamente na Morada do Sol.
O Governo Federal fez o Código Nacional de Trânsito (CNT), que entrou em vigor no dia 22 de Janeiro do ano 1998(lei n° 9.503), importante mecanismo que trata de forma específica do assunto. De lá para cá, houve aperfeiçoamento, endurecendo o código, sobretudo a lei seca (tolerância zero, para quem ingere bebida alcoólica). Mas, como sabemos, a lei só não basta, tem de haver sua execução. Para isso, o Governo Federal precisa dispor de suficiente material humano. Por exemplo, o efetivo da Polícia Rodoviária Federal, que faz um trabalho fundamental, conta com apenas 09 mil agentes, enquanto o ideal seria, pelos menos, 20 mil, já que o Brasil é um país continente, e quase todo rodoviário.
A falta de investimento em Agentes Federais e as imprudências dos condutores só aumentam o caos, principalmente porque no país existem muitos feriadões, férias e as famílias viajam bastante. Por isso, os cuidados devem ser redobrados, especialmente, nessa época. As campanhas de conscientização por parte do Governo junto aos condutores é interessante. Porém, é um contraponto de nossa parte não pôr em prática a mensagem da propaganda, é um contrassenso sem igual. Algumas medidas, segundo os especialistas no assunto, se postas em prática, podem evitar muitas mortes no trânsito. Nesse contexto, nunca é demais lembrar aos condutores:
1-Não ingerir bebida alcoólica, nem droga para dirigir, ou pilotar.
2-Respeitar às leis de trânsito.
3-Não conduzir o veículo em alta velocidade (sem necessidade)
4-Não falar ao celular, quando estiver dirigindo, ou pilotando.
5-Cuidar da conservação do veículo.
6-Usar sempre, cinto, capacete e cadeirinha do bebê.
7-Dirigir ou pilotar, respeitando a sua vida, e a vida do outro.
Todos esses itens citados são importantíssimos, entretanto, o mais extraordinário para nós observarmos é a conscientização no trânsito, pois 75% dos acidentes são causados pelas imprudências dos condutores, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Não podemos ser pessoas insensatas e irresponsáveis no trânsito, ceifando vidas inocentes. Não temos o direito de negligenciar a vida.
Nas estradas paraibanas existe uma particularidade, sobretudo no Sertão, que são animais soltos nas rodovias. As nossas autoridades têm de tomar uma providência o quanto antes, pois, muitas vidas são ceifadas por causa dessa problemática. A polícia tem que apreender e multar os animais racionais que soltam os animais irracionais. Ou passamos a ser pessoas educadas no trânsito ou, infelizmente, muitas vidas serão arrebatadas do convívio dos nossos lares. Reflitamos o quanto antes sobre esse tema tão contemporâneo da sociedade brasileira.
Por Jordan Bezerra
(Revisão do texto: Professora, Klítia Cimene).
Deus abençoe a todos!
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