SOB PRESSÃO POPULAR, SENADO APROVA PROJETO QUE TRANSFORMA CORRUPÇÃO EM CRIME HEDIONDO.
Atendendo a um apelo da presidente Dilma
Rousseff, o Senado aprovou em votação o projeto de lei que transforma a
corrupção ativa e passiva em crime hediondo. Com isso, esse delito passa a ser
considerado tão grave quanto homicídio qualificado e estupro, por exemplo. Na
prática, as penas serão mais severas: de 2 a 12 anos passarão a ser de 4 a 12
anos de prisão. O texto segue agora para a Câmara dos Deputados.
O projeto também enquadra a prática de
concussão, que é recebimento de dinheiro indevido e obtenção de
vantagens por servidor público, como crime hediondo. A pena de 2 a 8 anos de
prisão para este delito passará a ser de 4 a 8 anos.
A proposta, que tramitava na Casa havia
dois anos, ainda precisará passar pela Câmara dos Deputados antes de ir à
sanção presidencial. O encaminhamento do projeto, de autoria do senador Pedro
Taques (PDT-MT), atende a um pedido da presidente Dilma Rousseff feito durante
encontro em Brasília com prefeitos e governadores, quando ela propôs cinco
pactos entre as três esferas do poder.
Na tribuna, o líder do PSDB no Senado, Aloysio
Nunes Ferreira (SP), defendeu o projeto, mas ironizou o pronunciamento da
presidente, que pediu que a corrupção "dolosa" (intencional) fosse
tratada como crime hediondo. Segundo o senador tucano, a presidente quer que
seja considerado crime hediondo a corrupção dolosa, como se houvesse corrupção
que dolosa não fosse. O Código Penal não prevê a tipificação de corrupção que
não seja a dolosa
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