TCE investiga prática de nepotismo em 19 prefeituras da Paraíba
Embora proibida pela legislação,
a prática do nepotismo tem sido uma constante nas prefeituras, câmaras
municipais e até em órgãos da administração estadual. Atualmente se encontram
em análise no Tribunal de Contas do Estado cerca de 27 processos envolvendo a
prática do nepotismo. As prefeituras são as mais visadas pela fiscalização do
TCE. No total, são 19 prefeituras que estão sob a mira do órgão.
As denúncias de nepotismo que
aportam no TCE passam primeiro pela ouvidoria para, em seguida, serem
formalizadas em um processo, a fim de apurar a suposta irregularidade. “O
Tribunal de Contas tem processos abertos para municípios e para o Estado, para
cuidar de acumulação de cargos públicos e também de prática de nepotismo”,
afirma o vice-presidente do órgão, conselheiro André Carlo Torres Pontes.
Ele apela à população que, ao
tomar conhecimento de um fato como esse, acione o Tribunal de Contas para fazer
a denúncia. “Quem tiver notícia de que está sendo praticado o nepotismo, pode
se comunicar com a ouvidoria do tribunal. O importante é a sociedade exercer o
controle social. Somente assim a gestão pública poderá estar cada vez mais
permeada de moralidade”, afirma o conselheiro.
O último caso julgado pelo
Tribunal de Contas, em abril de 2015, envolveu uma denúncia de nepotismo na
Emlur, órgão da prefeitura de João Pessoa. O fato se
deu na gestão do então prefeito Ricardo Coutinho, que teria nomeado o seu
irmão, Coriolano Coutinho, para o cargo de superintendente da Emlur, tendo ele
permanecido na função durante o período de janeiro de 2009 e março de 2010.
A denúncia foi protocolada em 27
de janeiro de 2010 por um cidadão, de nome Floriano Marques da Silva. A
auditoria do TCE, em seu parecer, opinou pela procedência da denúncia, por
entender que o cargo de superintendente da Emlur (autarquia municipal) não
poderia ser ocupado pelo irmão do prefeito municipal. O mesmo entendimento teve
o Ministério Público de Contas.
Não se sabe por quais motivos, o
fato é que cinco anos depois de formalizada a denúncia, quando o prefeito de
João Pessoa já era outro, é que o caso veio a ser julgado pela 1ª Câmara do
Tribunal de Contas. O relator do processo, conselheiro Arthur Cunha Lima, se
manifestou pela aplicação de multa de R$ 2.805,10 ao ex prefeito e atual
governador do Estado Ricardo Coutinho. Ele foi voto vencido no tocante à
aplicação de multa.
Jornal da Paraíba
0 comentários:
O seu comentário é sua total responsabilidade.