Rei em mordomia, Cássio gasta três vezes mais do que Lira e Zé Maranhão
É do senador Cássio Cunha Lima
(PSDB) a medalha de ouro em gastos públicos no Senado da República, conforme
apurou A PALAVRA tendo como base dados do portal da transparência, ficando
nesse caso dois filhos de Campina Grande - ele no Senado; Veneziano na Câmara -
como maiores gastadores da chamada cota de atividade parlamentar através da
qual se ressarcem de despesas com alimentação, passagens aéreas, consultoria,
alugueis, publicidade e outras.
Rei da mordomia, o tucano gastou
R$ 299.038,69 (até setembro), batendo de longe os dois outros representantes
paraibanos, José Maranhão (PMDB) e Raimundo Lira (PMDB), ambos bastante
comedidos no uso da verba e que apenas gastaram no mesmo período, respectivamente,
R$ 93.175,90 e R$ 83.112,56.
Cássio é também, assim como o
deputado federal Veneziano Vital do Rego (ainda PMDB), o campeão em gastos com
publicidade. Inteligentemente, porém, ele até que tentou camuflar o que
consumiu para noticiar o mandato, deslocando a maior parte do dinheiro (R$
136.790,20) para a rubrica APOIO, enquanto assumiu apenas R$ 66.000,00 com
DIVULGAÇÃO.
Na realidade, Cássio gastou R$
202.790,20 com publicidade, considerando que em APOIO ele colocou recibos de
serviços prestados por jornalistas, empresas de internet (blogs e portais) e
outras correlatas.
No total, os três senadores
paraibanos gastaram até setembro R$ 475.326,25 da cota parlamentar a que tem
direito, sendo que os valores com mídia atingiram R$ 312.770,20.
BOCA LIVRE
A ‘boca livre’ de Cássio na
Capital da República não é mais novidade para ninguém. Ano passado, por
exemplo, ele ganhou a censura da grande imprensa depois de espetar uma conta de
R$ 7,5 mil no contribuinte por uma única refeição numa famosa churrascaria. "A
farra não tem fim nem limite", disse na época o jornalista Heródoto
Barbeiro, da Rede Bandeirantes de TV.
“Congresso banca `hábito gourmet´
dos parlamentares”, denunciou o título da página A10 do jornal O Estado de São
Paulo sobre as despesas com bocas-livres patrocinadas por parlamentares em que
eles torram a nossa grana sem dó nem piedade.
O jornal ilustrou a matéria
exatamente com a reprodução da nota fiscal 221515 do restaurante “Porcão”, de
Brasília, o preferido dos políticos que não se importam com o valor da conta,
emitida em nome do senador Cássio Cunha Lima.
Valor: R$ 7.567,60, ou seja, mais
de dez salários mínimos. Na parte de “discriminação das mercadorias”
encontra-se uma singela informação: “Refeições”. Não diz nem quantas foram
servidas porque isso, certamente, não interessa a ninguém.
A boca-livre com dinheiro público
foi oferecida pelo senador após uma homenagem a seu pai, o ex-parlamentar e
ex-governador da Paraíba Ronaldo Cunha Lima, que ficou famoso por ter disparado
três tiros contra o seu antecessor Tarcísio Burity, em um restaurante de João
Pessoa, sem nunca ter sido condenado, como relataram na matéria os repórteres
Bernardo Caram e Andreza Matais.
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