LULA: EU TENHO CONVICÇÃO DE QUE QUEM MENTIU ESTÁ NUMA ENRASCADA
Na coletiva em que rebate a
denúncia do Ministério Público, Lula disse que o seu "fracasso
não teria despertado tanto ódio contra o PT. O que despertou a ira foi o
sucesso desse governo"; Lula disse que seus acusadores e parte da imprensa
"estão enrascados", porque "construíram uma mentira, uma
inverdade, como se fosse um enredo de uma novela. E tá chegando o fim do prazo,
precisam concluir a novela: acabar com a vida política do Lula"; ele disse
ainda "eu tenho convicção e tenho prova de que é possível mudar esse
País", ironizando procuradores que disseram não ter provas, mas convicção
de que Lula é culpado; o ex-presidente disse que "cada petista tem que
começar a andar de camisa vermelha"; "Estou com 70 anos e com vontade
de viver mais 20, a história mal começou", discursou.
247 - O ex-presidente Lula
faz nesta tarde um pronunciamento à imprensa nacional e internacional sobre a
denúncia do Ministério Público Federal apresentada ontem contra ele.
Em sua fala, Lula alfinetou FHC,
que, segundo ele, apostava no seu fracasso. "Ele não sabia que eu tinha em
mente o fracasso do Lech Walesa. Eu dizia: eu não posso fracassar e tinha como
uma profissão de fé não errar", disse.
"Eu fui humilde: se cada
brasileiro pudesse realizar três refeições por dia, eu já tinha realizado a
obra da minha vida", acrescentou.
Lula destacou que o ex-presidente
Juscelino Kubitschek deve ter sido vítima de mais inquéritos do que ele.
Getúlio em quatro anos de democracia se matou, afirmou.
"Tentaram fazer comigo o que
fizeram com a Dilma em 2005. O objetivo era tirar o Lula já em 2005",
declarou.
Para Lula, o seu
"fracasso não teria despertado tanto ódio contra o PT. O que despertou a
ira foi o sucesso desse governo". "Se quiserem me tirar, vão ter
que disputar comigo na rua", ressaltou.
Sobre o impeachment de Dilma
Rousseff, ele lembrou que foi articulado "por um homem que acaba de ser
cassado". "Conseguiram dar um golpe pacífico", disse,
ponderando, no entanto, a violência da Polícia Militar contra manifestantes.
"Se eles tratassem ladrão
como tratam a molecada honesta que vai para rua, talvez não tivesse tanto
ladrão. É uma vergonha jornalista ir para a rua de capacete", criticou.
O ex-presidente falou então sobre
as instituições no País, e como elas se fortaleceram durante seu governo. Mas
afirmou que "a lógica de hoje é a manchete, não os autos de um
processo". "Quem é que nós vamos criminalizar?", perguntou,
em crítica à Lava Jato. "Só ganha de mim aqui no Brasil Jesus
Cristo", acrescentou, sobre acusações contra ele.
Sobre a coletiva do MP, afirmou:
“Eles construíram uma mentira, uma inverdade, como se fosse um enredo de uma
novela. E tá chegando o fim do prazo, afinal de contas já cassaram o Cunha, já
elegeram o Temer, pela via indireta, pelo golpe, já cassaram a Dilma, agora
precisa concluir a novela. Acabar com a vida política do Lula. Porque não
existe outra explicação para o espetáculo de pirotecnia”.
“Eu respeitaria mais a família
deles do que eles respeitaram a minha. Vocês pensam que foi fácil suportar a
invasão da minha casa? Invadiram as casas dos meus filhos”, citou Lula. “Até os
meus discursos eles levaram do instituto, certamente pra plagiar”.
Ele ironizou o senador Aécio
Neves (PSDB-MG) ao dizer que "tinham provas de um helicóptero com 400kg de
cocaína, mas não tinham convicção, então liberaram".
“Não sei porque fazer uma
coletiva para apresentar a prova de um crime, e não tem crime, tem convicção.
Ninguém respeita a lei desse país mais do que eu”, assegurou. “Sou daqueles que
acreditam que só com instituições fortes há democracia”, acrescentou.
Lula acredita que "Janot
deve estar pensativo hoje", que "os ministros do STF devem estar
pensativos. O que aconteceu? À custa do que esse espetáculo? Por que vender um
produto que não tem como entregar? Não adianta matar e esquartejar, como
fizeram com Tiradentes". "Vocês vão ter problema com o golpe que
vocês deram", alertou.
"Vocês não podem permitir
que meia dúzia de pessoas estraguem a reputação de uma instituição como o
Ministério Público. Eu conheço gente que vive por cinco minutos de fama na
televisão, essa pessoa vive pouca. A única coisa que eu peço, por favor, é que
respeitem a minha família", pediu.
"Eu não tenho tempo de
parar, o país que eu sonho ainda está muito distante de ser construído. Nada,
só Deus, pode me fazer parar de lutar", afirmou. "Esta meninada que
tá vindo pra rua lutar é um Lula multiplicado por 50 milhões de Lulas pelo
país!".
O ex-presidente fez uma
provocação aos procuradores, especialmente a Dallagnol, ao dizer que "tem
gente que passou em concurso público que é analfabeto político, não sabe o que
é governo de coalizão". "Quando eu transgredir a lei, me punam para
servir de exemplo. Mas quando eu não transgredir, procurem outro para criar
problema", pediu Lula.
Ele disse ainda que "cada
petista tem que começar a andar de camisa vermelha". "Estou com 70
anos e com vontade de viver mais 20, a história mal começou", discursou.
O primeiro a falar hoje foi o
presidente do PT, Rui Falcão. "O objetivo é retirar da cena política o
principal líder do povo brasileiro", disse ele, que denunciou um regime de
exceção no Brasil.
Em nota aprovada hoje, a
Executiva do PT repudiou o "grotesco espetáculo midiático" do MP,
apontou "parcialidade" do procurador Deltan Dallagnol, responsável
por apresentar a acusação, e lembrou que ele fez denúncias
"confessadamente sem provas".
247Brasil
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