Hino exalta a aspiração de liberdade e retrata um momento decisivo na política do Brasil
“Liberdade, liberdade, abre as
asas sobre nós.” O verso, eternizado pela escola de samba Imperatriz
Leopoldinense, em samba-enredo no carnaval do Rio, em 1989, cantarolado por
muitas pessoas até os dias atuais, é, principalmente, o refrão do símbolo mais
representativo da maior transformação política brasileira: o Hino da
Proclamação da República. Composta em 1890, pelo jornalista e escritor Medeiros
e Albuquerque e pelo compositor e maestro Leopoldo Miguez, a obra foi a
vencedora de concurso realizado para eleger, na verdade, o hino oficial do
Brasil republicano.
Com letra marcada por um
vocabulário considerado então rebuscado e ufanista, a composição foi preterida
e deixou de ser oficializada como o Hino Nacional. Mas em janeiro de 1890, por
decreto, passou a ser o Hino da Proclamação da República. Muito cantada nas
escolas até os anos 70 do século passado, acabou caindo no ostracismo. Hoje,
raramente é tocada em solenidades oficiais.
O hino é,
porém, o retrato do anseio por liberdade de uma população que então aspirava
por uma forma de governo que garantisse mais liberdades e democracia e menos
autoritarismo. O Brasil clamava por um sistema de governo capaz de fazer o país
progredir e avançar nas questões políticas, econômicas e sociais. A resposta
veio em 1889.
Após 67 anos, o Brasil viu chegar
ao fim uma forma de governo antiquada para as necessidades sociais em processo
que não correspondia mais aos anseios da população. No dia 15 de novembro
daquele ano, no Rio de Janeiro, capital do país, o marechal Deodoro da Fonseca
liderou um golpe militar que derrubou a monarquia constitucional
parlamentarista do Império, marcou o fim da soberania de Dom Pedro II, e
instaurou a República Federativa e Presidencialista no Brasil. Deodoro
tornou-se o primeiro presidente brasileiro, ao instituir um governo provisório.
A partir daquele momento, a
população poderia eleger seus governantes, através do voto. O Brasil era
considerado o único país independente do continente americano ainda governado
por um imperador. A independência já havia sido conquistada, em 7 de setembro
de 1822, por iniciativa de Dom Pedro I.
Assessoria de Comunicação
Social
Correio do Seridó
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