Papa Francisco envia carta a Temer e recusa convite para visitar Brasil
A correspondência foi uma resposta a
outra enviada pelo mandatário no fim de 2016, na qual o líder da Igreja
Católica era convidado formalmente para as celebrações dos 300 anos da aparição
de Nossa Senhora Aparecida, comemorados em 2017.
"Sei
bem que a crise que o país enfrenta não é de simples solução, uma vez que tem
raízes sócio-político-econômicas, e não corresponde à Igreja nem ao Papa dar
uma receita concreta para resolver algo tão complexo", escreveu o
Pontífice, segundo trecho publicado pelo jornalista Gerson Camarotti, da Globo News.
"Porém
não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que
muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam
o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais
para crises que vão muito além da esfera meramente financeira",
acrescentou.
Sobre o convite, o papa disse que,
devido a sua intensa agenda, não poderia visitar o Brasil neste ano. Ainda de
acordo com Camarotti, Jorge Bergoglio afirmou rezar pelo país e que acompanha
"com atenção" os acontecimentos na maior nação da América Latina.
Citando
sua exortação apostólica "A Alegria do Evangelho", Francisco também
lembrou que não se pode "confiar nas forças cegas e na mão invisível do
mercado", em um momento em que o governo Temer tenta aprovar reformas
econômicas para garantir a confiança dos investidores.
Em
setembro passado, na inauguração de uma imagem de Nossa Senhora Aparecida no
Vaticano, o Pontífice já havia dito que o Brasil passava por um "momento
triste". Um mês antes, Francisco enviara uma carta não oficial em apoio a
Dilma Rousseff, que na época ainda não tinha sofrido o impeachment.
Contudo,
Bergoglio sempre evitou se posicionar publicamente sobre a crise política
enfrentada pelo país e que culminou na derrubada da presidente petista.
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