Empresa espanhola construirá o maior parque eólico da américa latina no Vale do Sabugi
Com 80% dos complexos eólicos do
País concentrados em seu território, o Nordeste vai ganhar um novo parque com
investimento de 1 bilhão da Neoenergia. Controlada pelo o grupo espanhol
Iberdrola, a empresa escolheu uma região próxima ao município de Santa Luzia (distante 270 km
de João Pessoa) para instalar a maior planta de energia renovável da América
Latina, com capacidade de 471 megawatts (MW). A geração vai se somar a 94,5 MW
que já estão em operação, totalizando 565,5 MW. Com essa capacidade instalada,
suficiente para atender 600 mil residências, o empreendimento vai tomar o
primeiro lugar no ranking de maior complexo eólico latino-americano do Ventos
do Araripe III, inaugurado no ano passado na Chapada do Araripe, com 14 parques
e 360 MW de capacidade.
A expectativa é que o complexo de
18 parques eólicos seja responsável pela geração de 1,2 mil empregos na sua
fase de construção, beneficiando a Paraíba e os Estados vizinhos. Além das
vagas na implantação, o parque também vai estimular a economia baiana, com a
fabricação das turbinas eólicas na indústria da Siemens Gamesa, em Camaçari. A
empresa vai instalar 136 aerogeradores modelo SG132, com 3,4 MW de potência
unitária. O modelo é um dos mais novos e eficientes do mercado, com pás de 65
metros de comprimento. O compromisso do empreendimento é de fornecer energia
até janeiro de 2023.
Com mais esse complexo, a Paraíba vai aumentar para 16 o seu número de parques eólicos, ocupando a 7ª posição entre os Estados com maior número de parques. Hoje, Rio Grande do Norte, Bahia e Rio Grande do Sul concentram o maior número (veja arte).
Com 13,6 milhões de unidades
consumidoras atendidas por suas quatro distribuidoras – Coelba (BA), Celpe
(PE), Cosern (RN) e Elektro (SP/MS) –, a Neoenergia é responsável por levar
energia a 34 milhões de pessoas, quase 20% da população brasileira. Controlada
pelo grupo espanhol Iberdrola, ela está presente em 16 Estados e é uma companhia
integrada de energia, atuando nos segmentos de geração, transmissão,
distribuição e comercialização.
Apesar de ser uma fonte de energia renovável relativamente recente, a eólica consolidou sua participação na matriz energética brasileira nos últimos 8 anos. Atualmente, responde por 8,3% da matriz, com 13 gigawatts (GW) de capacidade instalada. Entre 2010 e 2017, os investimentos no setor totalizaram US$ 32 bilhões.
Projeções da Associação
Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) apontam que até 2023 serão instalados
mais 4,7 GW de capacidade, com mais de 200 novos parques eólicos, levando o
setor à marca de 17,8 GW. Isso levando em consideração apenas leilões já
realizados e contratos firmados no mercado livre. Com novos leilões, este
número poderá ser maior.
Hoje o governo federal realiza leilão para venda de 20 lotes de linhas de transmissão de energia elétrica, com expectativa de gerar R$ 6 bilhões em investimentos e cerca de 13,6 mil empregos. As linhas ainda são um gargalo na distribuição de energia eólica no Brasil.
Pelas contas do Ministério de
Minas e Energia, os projetos em implantação para o período 2018 a 2022 irão
acrescentar um total de 34 mil km à rede de transmissão. Isso equivale a uma
média anual de 6,8 mil km. Já nos dois leilões de geração em 2017, foram
contratadas 88 novas usinas, com 4,5 mil MW de capacidade instalada. No leilão
A-6, previsto para 31 de agosto, serão colocadas à venda novas concessões no
montante de 59 mil MW. Desse total, 27 mil MW de eólica.
Sertãoem Desaque
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