Cota de ICMS para municípios cai 58% e administrações podem ficar inviabilizadas na Paraíba
A cota
do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), repassado aos
municípios paraibanos no mês de abril, já representa uma redução de 58% do
valor referente ao ano passado. A queda vem colocando as administrações
municipais em dificuldades para manter serviços essenciais, segundo a Federação
das Associações de Municípios da Paraíba (Famup). Em 2019, apenas nas duas
primeiras cotas de abril, as 223 prefeituras receberam R$ 9.259.463,70 e este
ano a quantia foi de apenas R$ 3.987.635,48, mostrando que a economia estadual
já sofre com a pandemia causada pelo coronavírus.
Para o
presidente da Famup, George Coelho, a situação dos municípios paraibanos está
cada dia mais difícil por conta dos reflexos da pandemia. “Além de termos que
enfrentar a doença e proteger as pessoas, temos que enfrentar ainda a queda dos
repasses o que inviabiliza qualquer administração, principalmente a dos
municípios pequenos que sobrevivem exclusivamente do FPM e de repasses como o
ICMS. Não sabemos o que poderá acontecer nos próximos meses se esses recursos
continuarem caindo. A situação é extremamente preocupante”, afirmou.
A Famup
destacou ainda a dificuldade dos municípios em garantir atendimentos na área da
saúde sem o apoio devido por parte do Governo Federal. De acordo com George
Coelho, as verbas que chegaram ao Estado da Paraíba para serem distribuídas
entre as administrações municipais foram mínimas. Ele questionou o fato de
cidades pequenas receberem valores insignificantes como Várzea (R$ 28,04),
Maturéia (R$ 49,15), Sobrado (R$ 67,82) e Junco do Seridó (R$ 85,49).
“Não
existe a menor possibilidade dos prefeitos adotarem as ações necessárias para
combater o coronavírus e ainda manter os demais serviços públicos em
funcionamento sem uma ajuda concreta do Governo Federal. Os municípios já
vinham penalizados com as quedas nos repasses do FPM e agora ainda têm que
enfrentar toda essa problemática causada pela pandemia. Tenho muito receio do
que possa acontecer com as administrações municipais que podem entrar em colapso”,
afirmou o presidente da Famup.
Calamidade – O presidente George
Coelho também defendeu a importância dos decretos de calamidade apresentados
pelos prefeitos enquanto durar a pandemia causada pelo coronavírus. “Muitas
pessoas que precisaram comprar máscaras ou álcool em gel puderam observar os
valores como estavam elevados, fora da normalidade. Então, não é diferente para
as prefeituras que também precisam adquirir esses insumos só que em maior
quantidade e com valores fora da realidade. Por isso, os decretos de calamidade
são essenciais nesse momento”, afirmou.
Assessoria Famup
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