Após reajuste de 52% na taxa extra de energia, Aneel já prepara novo aumento
Com o agravamento da crise
hídrica e o risco de um novo racionamento de energia no País,
a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou
ontem um reajuste de 52% para a taxa extra embutida atualmente nas
contas de luz. A chamada bandeira vermelha nível 2 passou de R$
6,24 para R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, como forma de
compensar os custos com o maior uso das termoelétricas. O novo adicional vai
valer a partir de julho.
Esse não será, porém, o único
reajuste programado para os próximos meses. Ontem mesmo, a agência já abriu uma
consulta pública para uma segunda correção de valores. A proposta em discussão
prevê agora que a bandeira vermelha 2 (o patamar tarifário mais alto) possa ser
elevada para até R$11,50 a partir de agosto.
O reajuste já aprovado de 52%
contrariou cálculos da área técnica da própria agência. Como mostrou o Estadão/Broadcast,
os técnicos estimaram que a bandeira vermelha nível 2 deveria subir para algo
entre R$ 11,50 e R$ 12,00 a cada 100 kWh.
Para o consumidor final, o novo
aumento deve deixar as contas de luz, em média, 8,12% mais caras em julho. O
cálculo é do economista André Braz,
coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
Ou seja, uma família que tenha gastado R$ 100 com a conta de luz agora em
junho, a partir do próximo mês terá de desembolsar R$ 108,12, se mantiver o
mesmo patamar de consumo.
A pedido do Estadão,
a Go Energy também fez algumas simulações. A conta de luz de
uma família que consome 200 quilowatt/hora (kWh) por mês em São Paulo, sem considerar os impostos,
deverá subir de R$ 119,32 para R$ 125,82 – aumento de 5,44%. Se comparar ao
período de janeiro a abril, quando a bandeira tarifária ainda era amarela, o
reajuste da conta será de 15%, ou R$ 16. Para quem consome 100 kWh, o aumento
será de R$ 3,25 em relação à bandeira vermelha de junho e de R$ 8 em relação à
amarela.
Segundo Lucas Mendes, CEO
da Go Energy, os consumidores comerciais e industriais também sofrerão
impacto significativo. No entanto, diz ele, o cenário atual criaria
oportunidade para a busca de soluções como eficiência energética e compra de
energia no chamado mercado livre, com vistas à redução do custo com o insumo.
Estadão
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