segunda-feira, 7 de novembro de 2011

GILVAN FREIRE; Como o governo quer desmontar a oposição


Enquanto Zé Maranhão aparece em situação confortável nas primeiras pesquisas e enquetes de opinião pública, realizadas para aferir a tendência do eleitor da Capital com relação às eleições municipais do próximo ano, aumentam as suas dificuldades dentro do PMDB, partido do qual Maranhão é tido como dono, mas que está convulsionado por questões internas.
Mesmo sendo o principal líder do partido no Estado e o único capaz de conduzir um projeto competitivo de disputa nas eleições de 2012 em João Pessoa, onde tem domicílio eleitoral e onde fala bem a setores oposicionistas que estão entrincheirados contra os governos de RC e Luciano Agra, Maranhão está igual a Cícero: correndo mais risco dentro de casa do que fora.
Cícero pelo menos tem o controle do diretório municipal (o órgão que decide sobre a sua candidatura a prefeito) e a garantia da nacional de que só não é candidato se não quiser, além de presidir o Diretório Estadual.
Maranhão, que preside uma democracia partidária parecida com a de RC, em que a opinião dos outros é obrigada a coincidir com a opinião de quem manda, poderá surpreender-se nas disputas internas. Ele ainda tem o controle do diretório da Capital, confiado (verbo político sempre sujeito ao DNA de família) a um sobrinho, que apesar da representatividade – é deputado federal – não tem a correspondente influência eleitoral em João Pessoa. Esse modelo democrático de gestão partidária, que assola várias outras agremiações, está com o tempo contado, e no caso de Maranhão, especialmente, porque ele está despojado de poder. O poder impõe obediência e servilismo.

MARANHÃO, CÍCERO E LUCIANO SÃO BOLAS DA VEZ

Veneziano, que é o presumível líder oposicionista mais promissor do Estado, candidato natural à sucessão de Maranhão no comando de fato do PMDB, terá de cumprir ainda duas tabelas para pegar seguro o bonde da sucessão de RC, em 2014: livrar-se dos processos judiciais em definitivo e não sair muito diminuído das eleições municipais em Campina Grande. Notadamente, se não perder feio para Cássio, um pecador político santificado pelo martírio que pode cair do andor por causa dos exagerados incensos que atira na direção de RC, seu mais enrustido algoz.
Na Capital, Cícero tem contra si seu mais duradouro parceiro da vida pública, Cássio, que está saindo do mais perverso processo judicial que enfrentou, mas ainda não sabe como afastar as mais penosas contradições em que vive hoje.
Luciano Cartaxo, que tem uma imagem moralmente inteira, é um azarão que depende de eventuais fracassos de Cícero e Maranhão, mas ainda depende do PT, que depende em parte do governo. Ou seja, Luciano depende muito.
Maranhão só depende do PMDB. Esse é o risco, na Capital. Mas a quem interessaria fragilizar Cícero e Maranhão a partir de seus próprios partidos, numa hora em que ambos são os maiores líderes oposicionistas e os que mais garantem um projeto muito futuroso de vitória? É RCL – Ricardo Coração de Leão. O cara, é ele. Saiba, ainda esta semana, como a estratégia desagregadora funciona.
Este artigo integrará o futuro livro:

‘PREVISÕES POLÍTICAS DE UM VIDENTE CEGO’
Gilvan Freire 
Patos em Cena

Um comentário:

Anônimo disse...

Tem gente que acredita nesse vidente cego, só sendo mais cego do que ele...

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