PARA PENSAR UM POUCO: COMEMORAR O QUE?
COMEMORAR O QUE?
1
Os meus incessantes olhos
perdidos
Tem um olhar diferente de muitos
outros
Talvez por tantos momentos
vividos
E tão esquecidos no meio de
tantos poucos.
2
Esses meus olhos que tentam
buscar
Um inicio esquecido onde tudo
começou
A mesma historia que se deixa de
contar
Por acontecimentos perdidos que
o tempo levou.
3
Esse tempo não deixou quase nada
registrado
Apenas uma profecia praticamente
inventada
Por um andarilho que um dia se
fez de lembrado
Mas fez dessa terra, uma terra
amaldiçoada.
4
Dizia ele que com o tempo tudo
iria se acabar
Pois aqui tudo por fim encoberto
seria
Ele veio, fez questão em profetizar
Mas procurou distante outra
moradia.
5
Ficamos por aqui então a esperar
O que esse andarilho profeta
falou
A maldição que um dia viria nos
devastar
E desde a profecia algo estranho
começou.
6
O tempo com o tempo tudo foi
mudando
Às vezes uma luz de nós se
aproximava
Mas através desse tempo ia nos
deixando
Talvez com medo da profecia que
nos estreitava.
7
Mas com isso aprendemos a
conviver
Levados por mãos de alguns
homens conhecidos
Nisso muitos de nós acreditava
tinha que ser
Pois pela velha profecia nos achávamos
perdidos.
8
Então aprendemos viver de outra
maneira
Nos acostumamos com o que era
nos dado
Não foi a ultima e nem a primeira
Que o nosso povo era totalmente
algemado.
9
Mudou o tempo, mas não quem mandava
Os filhos dos filhos, agora
fortes, “doutores”
O dono da fazenda, do gado, nos “torturava”
Outro tempo, outra senzala,
outros senhores.
10
O tempo tornou-se então o nosso
inimigo
Sendo por leis, decretos,
“Embalsamadas”
Nos tornamos presos numa lição
de castigo
E o pior, nos acostumamos a ser
escravizados.
11
Aqui na nossa terra, tudo pode acontecer
Quem não tem diploma é quem pode
ensinar
Aqueles que buscam e procuram o “Saber”
Tem que com esse “Sistema” se acostumar.
12
E aí, às vezes me pego
imaginando
Esses filhos herdeiros da velha
profecia
Será que ainda não estão “Notando”
Que tudo isso vai chegar a um
fim um dia?.
13
Como pode então a nossa cidade
crescer
Com tanta gente sem saber de
nada
Médicos, secretários,
motoristas, “é de ser perder”
Uma “turma” perdida e mal
acostumada.
14
O emprego aqui é dado pelo grito
na multidão
Com fortes, intrigas, café. Essa
é a historia
Contada por “palhaços”. Filhos
de “Eleição”
Que enchem a poucos de “Gloria”
15
A velha profecia esta se
realizando
E o velho andarilho, agora esquecido
Sequer pelas palavras é lembrado
Ele aqui. O que teria
acontecido?
16
Esse lugar é muito distante de
quem imagina
É a sua casa, sua família, o seu
lar
Que a velha profecia ninguém ensina
E se esquecer que tudo vai
acabar.
17
Esses meus olhos agora cansados
Talvez não alcance a velha
profecia
E quem sabe muitos não sejam
lembrados
Pelo que o andarilho falou um
dia.
18
Esse é o lugar onde podemos
sonhar
Que todas as nossas algemas
sejam tiradas
E livremente pelas ruas possamos
andar
Sem ter as nossas “Liberdades”
vigiadas.
19
Quem sabe esse dia não está chegando
E muitos, com medo, tentem fugir
Uma hipótese. Mas o pensamento
tá mudando
Uma pergunta: “ Eles tem pra
onde ir”?.
20
Acho que ninguém a isso pode
responder
Pois o tempo já foi “Encurtado”
As comemorações pra “os bestas”
ver
Já não deixa mais ninguém “emocionado”
21
Agora só nos resta com o tempo
esperar
Como vai ser essa “debandada”
Daqueles que nunca quiseram
acreditar
E não quiseram ver que a “coisa”
tá mudada.
22
Aos poucos tudo vai se passando
E de fé em fé. O povo vai aprendendo
Que até agora o que vinha lhe
massacrando
Tá aos poucos, devagar,
enfraquecendo.
23
Uns ainda insistem em não
acreditar
Minha gente! O nosso tempo
acabou
Vamos logo! É a hora de se
preparar
Pois a velha profecia se realizou
24
Vamos então procurar outro jeito
de viver
Pois aqui já conseguimos o
queria
Cada um de nós soube como “Enriquecer”
Tá na hora de partir, cada um já
sabia.
25
Agora é preciso parti, já não é
nosso lugar
A velha profecia logo nos
alcançou
E aqui com certeza tudo vai se
acabar
Vamos embora, quem ganhou! Ganhou.
FIM
Os meus incessantes olhos
perdidos
Antes tinha um olhar
diferente.....
São Mamede em 1º de Maio de 2013.
"Amo Minha Terra e quero liberdade "
"Amo Minha Terra e quero liberdade "
Anônimo.
7 comentários:
Quem leu estar poesia viu o retrato falado de São Mamede, na oportunidade quero parabenizar essa linda poesia que fala a realidade de São Mamede anos atrás e hoje.
Muito boa mesmo essa poesia mostra nossa realidade.
Linda a poesia, creio eu que quando profeta proferiu o dito popular, relatando sobre as ramas que iria cobrir a cidade, ele estava se referindo da mente dos habitantes daquele lugarejo que tornou-se cidade e esta preste a voltar o lugarejo de antes, simplesmente foi bloqueada ninguém consegue pensar alem e aceitam o que esta acontecendo hoje. Até mesmo o autor desta poesia que é um grande artista que se apresenta como AUTÔNOMO.
Os quase 65% da população que deixaram seu torrão em busca de algo melhor, esses se safaram, não voltam mais, e os que restam, pouco mais de 35% ou 5.000 habitantes que antes eram quase 14.000 não tem sequer a coragem de reivindicar o direito de cidadão. Ta ai o porque que o município não cresceu ao contrario diminuiu...
Que poesia linda, colocou em palavras o sentimento de muitas pessoas de São Mamede, que infelizmente não tem coragem de se libertar.
EITA QUE ESSA POESIA DEIXOU GENTE DOIDA...KKKKK MUITO BOA MESMO
Que poesia bem feita, em palavras conta a historia de São Mamede.
Se a população de São Mamede, na sua totalidade ler esta esta poesia 85% avalia como maravilhosa, mas, infelizmente 60% destes não têm autonomia de tomar decisões e, portanto, continuam a apoiar esse esquema cruel que assola nossa amada terra. Eu particularmente perdi todas as esperanças de uma mudança; nosso povo não pensa, ou melhor está proibido de pensar são pobres alienados dispostos a continuar sendo massacrados.
Então, meu povo amado, quem ler sem interpretar é também um analfabeto, um cego, um algemado, um eterno insano!!!
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