Leilão garante três parques eólicos em cidades do Vale do Sabugi

A velocidade dos ventos do Seridó paraibano será aproveitada em três novos parques de energia eólica. Vencedores do leilão de geração de energia A-5, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na manhã de ontem, os projetos serão instalados no município de São José do Sabugi, mas inclui ainda territórios dos municípios de Santa Luzia e do Junco do Seridó.

Os três parques totalizam um investimento de cerca de R$ 300 milhões e terão 30 mil MW (Megawatt) de potência cada. Foram comprados 488 lotes das três usinas, valendo R$136,24 cada MWh, o que resulta em cerca de R$ 60 milhões de renda fixa anual. O preço ficou abaixo da média registrada no leilão que foi R$ 196,11 por cada MWh.

O professor do Centro de Energias Alternativas e Renováveis (Cear) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Raimundo Menezes Junior, afirmou que a Paraíba tem um grande potencial eólico, mas com o mapa eólico do Estado inacabado, ainda depende de estudos do vizinho Rio Grande do Norte.

“A Paraíba tem um potencial enorme para energia eólica e fotovoltaica, mas ainda peca na eólica”, afirmou o professor acrescentando que a falta do mapa - que indicaria a velocidade dos ventos e os melhores locais para a instalação de usinas eólicas - prejudica o Estado. Dos 28 projetos paraibanos habilitados a participar do leilão, onze eram de energia eólica, 14 de energia fotovoltaica, dois de energia térmica a carvão e um de energia térmica a gás natural.

Para o professor, os investimentos para o desenvolvimento da energia gerada pelo vento ainda é insuficiente no Estado.

Raimundo Junior ressaltou que outros estados, como Bahia e Rio Grande do Norte, saíram na frente e iniciaram a confecção de seus mapas eólicos ainda nos anos 90, e por isso agora conseguem aproveitar melhor os seus potenciais. “Para ter um bom mapa demora de cinco a dez anos”, explicou Raimundo.

Atualmente, o mapa da energia eólica do Estado está sendo produzido por pesquisadores da Universidade Federal de Campina Grande, com patrocínio da Chesf e da Eletrobrás.

O aproveitamento dos projetos que participaram do leilão, que aconteceu na sede da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), foi de apenas 6,2%. Dos 821 projetos habilitados, apenas 51 foram contratados. A energia eólica foi o grande destaque com 36 contratos. Para Raimundo Menezes o sucesso deve-se principalmente aos custos de instalação das usinas eólicas, que são bem mais baixos do que as de energia fotovoltaica que demandam placas importadas.

Fonte: Barbara Wanderley-Jornal da Paraiba

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