O deputado estadual Frei
Anastácio (PT), que fez pronunciamento sobre o assunto na Assembleia
Legislativa, disse que os trabalhadores foram acusados injustamente de promover
uma emboscada que teria tirado a vida de um vaqueiro e ferido a bala o policial
civil, Sergio Azevedo, 15 anos atrás.
“Esse atentado aconteceu às
19h30, numa estrada sem iluminação, na zona rural de Mogeiro, e o policial
disse na acusação que reconheceu todos os trabalhadores. Uma mentira deslavada.
Seria impossível alguém de moto, a uma velocidade de 6º quilômetros por hora,
reconhecer tanta gente no meio de um tiroteio e à noite”, disse o deputado.

De acordo com Frei Anastácio, a
acusação promovida pelo Ministério Público do Estado da Paraíba contra os
trabalhadores rurais se constitui num dos maiores processos de criminalização
da luta pela Reforma Agrária no Brasil. E durante a detenção e prisão dos
trabalhadores foram relatados diversos abusos e constrangimentos.
Entre esses abusos estão a falta
de acesso aos seus advogados, tortura física e psicológica, humilhações e
perseguições aos familiares. “Todos esses fatos foram devidamente
contextualizados e enviados à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da
OEA, às relatorias especiais da ONU e aos órgãos de proteção dos direitos
humanos no Brasil”, relatou o deputado.

“Quero deixar registrado que
Severino dos Ramos dos Santos (Raminho), um dos trabalhadores acusados, faleceu
em decorrência de doença cardíaca desenvolvida durante a prisão. Outro trabalhador,
Severino José da Cruz, Seu Dino, também desenvolveu doença cardíaca e diabetes durante
a prisão e teve que amputar as duas pernas. Tudo consequência da injustiça”,
afirmou.
O parlamentar disse que, diante
dos fatos, tem plena convicção de hoje no Fórum Criminal de João Pessoa, haverá
um julgamento efetivamente justo e imparcial, que implicará na absolvição dos
trabalhadores acusados. “Eu acredito que a justiça não vai mandar para cadeia,
trabalhadores inocentes”, concluiu.
Assessoria
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