O
Brasil ainda é o país campeão de cirurgias cesarianas no mundo. Na rede
particular de saúde, 82% dos bebês nascem assim. Na pública, 37%. Mais que o
dobro da estimativa aceita pela Organização Mundial de Saúde, que é de 15%. Mas
essa realidade começa a mudar a partir da conscientização das mães sobre as
vantagens para elas e para os bebês do parto normal e humanizado. Na
Maternidade Dr. Peregrino Filho, de Patos, que integra a rede pública estadual
de saúde, o número de cesarianas vem diminuindo nos últimos anos com a adoção
de medidas que fazem bem para o binômio mãe-bebê, a exemplo dos partos normais
em banqueta que permitem, por exemplo, amamentação na primeira hora e
clampeamento tardio do cordão umbilical.
Hospital Amigo da Criança, a
Maternidade prioriza partos humanizados e sempre teve como principal foco o
parto normal. “As cesáreas só ocorrem na unidade quando existe uma indicação
médica para tal procedimento”, explica o diretor geral da unidade, Dr. Umberto
Marinho Júnior. Ele lembra que no parto humanizado a mulher tem autonomia para
decidir como quer parir, se na banqueta ou na cama, é ela quem escolhe a melhor
posição, tendo o apoio da equipe médica durante todo o trabalho de parto. “No
parto humanizado, o bem-estar da parturiente e do bebê são colocados em
primeiro lugar. O trabalho da equipe é no sentido de garantir que ela esteja em
um ambiente seguro, acolhedor e tranquilo e que esse momento único seja
extremamente gratificante”, complementa Dr. Umberto.
E foi justamente isso que
aconteceu com a promotora de Vendas, Estefânia Pereira Dantas, de 29 anos,
moradora do Jardim Magnólia, em Patos, que teve seu primeiro filho, no dia 17
de dezembro do ano passado na Maternidade. O parto feito na banqueta foi
acompanhado durante todo o tempo pelo pai da criança e esposo da paciente, o
Sr. Wagner Leite. Foi ele, inclusive, que a ajudou nas sessões de alongamento e
nos exercícios com as bolas na sala de pré-parto e quem a acompanhou durante as
caminhadas minutos antes de Luís Henrique nascer, sempre sob a supervisão de
uma enfermeira obstetra. “Só tenho a agradecer a equipe da maternidade onde fui
muito bem acolhida e tratada. Eu não conhecia a maternidade, mas fiquei
encantada com o tratamento e acolhimento”, afirma Estefânia. Luís Henrique, que
completa no próximo dia 17 três meses de vida, é uma criança saudável, que mama
no peito desde seu nascimento.
A irmã de Estefânia, Alane
Pereira Dantas, 31 anos, também moradora de Patos, viveu experiência semelhante
de parto humanizado na unidade, quando teve Artur, de parto normal, no último
dia 6. A exemplo da irmã, ela também teve autonomia para decidir como queria
parir, mas optou pelo parto na cama ao invés da banqueta.
Sobre parto humanizado
– Segundo as recomendações da OMS, o parto humanizado é aquele que promove
incentivo ao parto vaginal; incentivo ao aleitamento materno (preferencialmente
nos primeiros momentos de vida do bebê); alojamento conjunto com o bebê;
presença de acompanhante; redução de intervenções tecnológicas desnecessárias
como a episiotomia (corte feito na região genital para facilitar a passagem do
bebê), aplicação de ocitocina artificial e medicalização; estímulo às técnicas
mecânicas de alívio da dor (massagens, banhos, caminhar livremente); abolição
de práticas como enema (também conhecida como lavagem intestinal) e tricotomia (raspagem
de pêlos).
O parto normal também é
vantajoso para o bebê, pois além de ir direto para os braços da mãe e poder
mamar logo que nasce, ele é poupado de procedimentos e exames físicos, ou o de
profilaxia da oftalmia neonatal, imediatamente após o nascimento. Se o cordão
umbilical é cortado após parar de pulsar, o bebê ainda tem os benefícios como
uma quantidade extra de ferro, o que evita a anemia neonatal.
Portal40Graus
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