O sertanejo e a fé
De joelhos dobrados ao chão, o
sertanejo tem como tradição religiosa, se reservar em oração e agradecer a
Deus, ao fim de cada anoitecer. É um gesto agraciado pela sua própria crença
formada ao longo de séculos. É mais um dia que termina graças à bênção divina.
O rito é cantado até mesmo por Luiz Gonzaga, ao revelar sua íntima devoção à Ave Maria de todos os sertanejos. Uma narrativa que revela respeito, e acima de tudo, a expressão de um povo de fé.
Fé… a mesma que por vezes é questionada em tempos escusos, mas nunca vencida por que sua condição está sempre fora do limite posto pela humanidade. Parece inexplicável? Sim! Há quem defenda e, sinceramente, eu acredito!
Não é uma condição por rebeldia, mas simplesmente por acreditar… Talvez por essa pequena perseverança de pensamento, a fé seja ainda um elemento tão forte entre os sertanejos.
Nesta hora bendita e santa... O isolamento incomum aos meses de março no sertão foi quebrado por um senhor de bicicleta azul Monark barra circular. De traje simples, calça de tecido cinza e camisa de botão branca, Dedé de Eloia cortou as ruas da pequena cidade, se ajoelhou ao patamar da Igreja da Conceição e de mãos cruzadas para trás, rezou.
Esse íntimo momento de fé diante de uma Igreja Matriz de portas fechadas é, sem dúvida, um sublime gesto de devoção. De quem acredita, mas antes de tudo agradece pela vida.
A cena que originou essa narrativa é forte! Igual é o sertanejo, igual também é a Fé.
Autor: Epitacio Germano
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