LITURGIA DIARIA LEIA A BIBLIA
Primeira leitura (Malaquias
3,13-20a)
Quinta-Feira, 6 de Outubro de
2011
27ª Semana Comum
Leitura da Profecia de Malaquias.
13 “Vossas palavras são duras contra mim, diz o Senhor, e ainda
perguntais: 14 ‘Que dissemos contra ti?’ Vós estais dizendo: ‘É coisa inútil
servir a Deus; que vantagem tivemos em observar seus preceitos e em levar uma
vida severa na presença do Senhor dos exércitos?
15 Portanto, hoje os felizardos são os soberbos, pois consolidaram-se,
praticando o mal, e, mesmo provocando a Deus, estão impunes’.
16 Vieram, entretanto, a falar uns com os outros, os tementes a Deus.
O Senhor prestou atenção e ouviu-os; em sua presença foi escrito um livro de
feitos notáveis, aberto aos que temem o Senhor e têm seu nome no pensamento.
17 Serão para mim o tesouro, diz o Senhor dos exércitos, para o dia
que eu me reservar; hei de favorecê-los, como o pai ao filho que o serve. 18 De
novo vereis a distância que há entre o justo e o ímpio, entre o que serve a
Deus e o que não o serve.
19 Eis que virá o dia, abrasador como fornalha, em que todos os
soberbos e ímpios serão como palha; e esse dia vindouro haverá de queimá-los,
diz o Senhor dos exércitos, tal que não lhes deixará raiz nem ramo. 20ª Para
vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo salvação em suas
asas”.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo (Salmos 1)
— É feliz quem a Deus se confia!
— É feliz quem a Deus se confia!
— Feliz é todo aquele que não anda conforme os conselhos dos
perversos; que não entra no caminho dos malvados, nem junto aos zombadores vai
sentar-se; mas encontra seu prazer na lei de Deus e a medita, dia e noite, sem
cessar.
— Eis que ele é semelhante a uma árvore que à beira da torrente está
plantada; ela sempre dá seus frutos a seu tempo, e jamais as suas folhas vão
murchar. Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.
— Mas bem outra é a sorte dos perversos. Ao contrário, são iguais à
palha seca espalhada e dispersada pelo vento. Pois Deus vigia o caminho dos
eleitos, mas a estrada dos malvados leva à morte.
Evangelho (Lucas 11,5-13)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 5“Se um de vós tiver
um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três
pães, 6 porque um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer’, 7 e
se o outro responder lá de dentro: ‘Não me incomodes! Já tranquei a porta, e
meus filhos e eu já estamos deitados; não me posso levantar para te dar os
pães’; 8 eu vos declaro: mesmo que o outro não se levante para dá-los porque é
seu amigo, vai levantar-se ao menos por causa da impertinência dele e lhe dará
quanto for necessário. 9 Portanto, eu vos digo: pedi e recebereis; procurai e
encontrareis; batei e vos será aberto. 10 Pois quem pede recebe; quem procura
encontra; e, para quem bate, se abrirá.
11 Será que algum de vós que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará
uma cobra? 12 Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? 13 Ora, se vós
que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do
céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Homilia.
O desafio da persistência na oração
No Evangelho de ontem, Jesus
responde ao pedido: “Senhor, ensina-nos a orar”, instruindo seus discípulos nos
elementos da oração apropriada, pelo modelo de oração que Ele dá. Hoje, Jesus
dá ênfase na importância da fé na oração feita com persistência conforme
aparece claramente na parábola do amigo à meia-noite.
Nesta parábola, um homem é
surpreendido na calada da noite por um hóspede inesperado e está embaraçado por
não ter nada para alimentá-lo. Para cumprir esta exigência da hospitalidade do
Oriente Médio, ele vai ao seu amigo vizinho, à meia-noite, pedindo três pães. A
resposta é abrupta e insensível: “Não me importunes; a porta já está fechada, e
os meus filhos comigo também já estão deitados. Não posso levantar-me para tos
dar”.
A reação do suplicante, contudo,
é insistir sem se acanhar, até que seu “amigo” veja que há menos inconveniência
em honrar o pedido do que continuar uma discussão a essa hora da noite. A moral
da história, indicada no versículo oito, é que a “persistência” ou a “falta de
acanhamento” do hospedeiro embaraçado conseguiu seu objetivo numa situação em
que os laços de amizade e afinidade mostraram-se ineficazes. Portanto, a
aplicação da parábola é para encorajar a persistência e a fé esperançosa na
oração.
“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e
achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca
encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á”.
É importante reconhecer que esta
parábola é simplesmente ilustrativa – e não simbólica – pois Deus não é
certamente um amigo insensível e de má vontade. Ele não nos vê como vizinhos
importunos, desavergonhados. O argumento, então, raciocina do menor para o
maior, do pior para o melhor. Se verdadeiramente somos amados de Deus – em vez
de desprezados – e se Ele está ansioso, antes que hesitante, para ouvir nossos
pedidos, por que a fidelidade na oração não produziria não somente um ouvido
atento, mas uma boa vontade em dar tudo o que pedimos que for consistente com
sua sabedoria divina?
Jesus completa suas instruções
em Lucas 11 sobre a fidelidade na oração indo além da certeza de que Deus ouve
a oração de seu filho, a uma concentração no objeto da súplica. Enquanto há,
certamente, exemplos de abusos cometidos contra crianças em volta de nós, a
maioria das pessoas, não importa se são más, não dão intencionalmente aos seus
filhos presentes perigosos. “Se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos
vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho
pedirem!”
Novamente o argumento é feito
contrastando o pior com o melhor. Se podemos confiar nos humanos para fazerem a
coisa certa pela razão errada ou por causa da “afeição natural” por seus
filhos, não podemos ser absolutamente confiantes em que Deus, que é mais do que
apenas um amigo e pai, tanto ouvirá como dará suas melhores dádivas (seu Filho
e a influência de seu Espírito) àqueles que lhe imploram persistente e
fielmente?
Esta mensagem de Lucas 11 deve
fazer do seu coração o lugar da acolhida ao projeto de Deus em sua vida. Com
fé, esperança e confiança, bata a porta, suplique, chore apresentando todas
suas preocupações. Tenho plena certeza de que o Todo-Poderoso ouvirá, atenderá
e responderá abundantemente de acordo com o tamanho da nossa oração. O desafio
se chama: persistência, disciplina e fidelidade na oração. Portanto, como disse
Paulo aos novos convertidos de Tessalônica, também eu digo a você: “Reze sem
cessar!” Ou seja: não pare de rezar.
Padre Bantu Mendonça
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