Junco do Seridó vive drama da seca


Mais de meio milhão de paraibanos de 134 cidades estão sendo afetados pela estiagem prolongada que dura cerca de oito meses e já é apontada como a maior seca dos últimos 20 anos no Estado, segundo a Aesa, Fetag e Faepa. No período de janeiro a março deste ano, o volume de chuvas registrado em todas as regiões do Estado ficou abaixo da média histórica e não foi o suficiente para garantir armazenamento nos reservatórios e nem a produção de grãos, sobretudo milho e feijão, que tiveram uma perda de 100% das áreas plantadas.

As regiões mais afetadas pelos efeitos da estiagem são o Cariri e o Sertão, onde o volume de chuvas acumulado nos primeiros meses do ano foi de menos 75% e 70% respectivamente. Com a falta d'água, as vítimas da seca estão tendo que contar com ações emergenciais, como a distribuição de água da Operação Pipa e outros pagam até R$ 100 por um pipa de água. Outros que não contam com o beneficio estão tendo que deixar suas casas em busca de melhores condições.

O drama vivido pelos moradores dos municípios atingidos nas regiões do Sertão, Cariri, Agreste, Seridó e Curimataú vão desde a falta de água de água para o consumo até os prejuízos provocados pela falta de pasto para os animais, que estão morrendo de fome. Na cidade do Junco do Seridó, distante 205 km de João Pessoa, o reservatório secou no mês de dezembro do ano passado e sem contar com sistema adutor, os mais de 6,6 mil habitantes da zona urbana e rural, estão tendo que sobreviver com água de poços que foram perfurados nos bairros e também pelo abastecimento de carros pipas contratados pela prefeitura.

A cidade contava com o programa assistencial da Operação Pipa, comandada pelo Exército, mas há duas semanas, o beneficio está suspenso, por atraso no repasse das verbas para custeio. "Além dos caminhões pipas, foram perfurados poços e a prefeitura teve um gasto de mais de R$50 mil com a compra de bombas para garantir água aos moradores. A situação no Junco é crítica", disse o prefeito Cosmo Simões de Medeiros.

O prefeito alega que o município é o único localizado as margens da BR-230 que não conta com abastecimento e sistema adutor. A população organizou um abaixo assinado pedindo ações emergenciais para o combate a seca na cidade.

Correio

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