Com fim da CLT, Temer destrói de vez o INSS
A
precarização do mercado de trabalho, que será a consequência inevitável da
terceirização irrestrita aprovada ontem na Câmara dos Deputados, terá um outro
efeito colateral; como os empregadores não contratarão mais seus funcionários
pela CLT, mas sim como pessoas jurídicas, ou "empreendedores
individuais", as contribuições para o INSS cairão drasticamente, tanto de
patrões como de empregados; ou seja, o suposto rombo da Previdência, que Temer
diz pretender combater com sua reforma, será ainda maior nos próximos anos,
pela falta de contribuições; leia a explicação do jornalista Ronaldo Lenoir.
De
acordo com matéria assinada pelo jornalista Raphael Di Cunto no site do jornal
Valor Econômico, o projeto de terceirização aprovado pela Câmara não tem
dispositivos para impedir a chamada "pejotização", ou seja, a
demissão de trabalhadores no regime CLT para contratação como pessoas jurídicas
(PJ).
Isso
pode detonar de vez a Previdência Social, como explica Laura Carvalho,
economista e professora da FEA-USP:
"Sustentar
a Previdência passa necessariamente por manter altos níveis de emprego e
formalização. A prioridade parece não ser nenhuma das duas coisas.
Aprovaram
agora o PL da terceirização: imaginem um mundo de trabalhadores contratados
como Empreendedores Individuais, contribuindo apenas 5% sobre o salário mínimo
para a Previdência. E o empregador, nada.
Em
meio a todo esse debate, um PL que pode reduzir a base de arrecadação do
sistema e elevar o tal rombo na Previdência no curto prazo. Interessante".
247Brasil
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