Durante missa, Papa Francisco condena golpes forjados pela mídia
Na manhã desta quinta (17), na missa em Santa Marta, que o papa
preside sempre que está no Vaticano, Francisco condenou o golpe de maneira
dura. Sem citar o Brasil ou o nome de Lula diretamente, fez uma descrição
perfeita do que acontece no país. O Papa descreveu à perfeição a situação
brasileira: “a mídia começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes, e com a
calúnia e a difamação essas pessoas ficam manchadas”. Depois chega a justiça,
“as condena e, no final, se faz um golpe de Estado”.
A seguir a íntegra da reportagem do Vatican News, serviço de informação
da Igreja Católica:
Na missa celebrada esta quinta-feira (17/05) na Casa Santa Marta, o Papa
Francisco dedicou a sua homilia ao tema da unidade, inspirando-se na Liturgia
da Palavra.
Existem dois tipos de unidade, comentou o Pontífice. A primeira é a
verdadeira unidade de que fala Jesus no Evangelho, a unidade que Ele tem com o
Pai e que quer trazer também a nós. Trata-se de uma “unidade de salvação”, “que
faz a Igreja”, uma unidade que vai rumo à eternidade. “Quando nós na vida, na
Igreja ou na sociedade civil trabalhamos pela unidade, estamos no caminho que
Jesus traçou”, disse Francisco.
A falsa unidade divide
Porém, há uma “falsa unidade”, como aquela dos acusadores de São Paulo na Primeira Leitura. Inicialmente, eles se apresentam como um bloco único para acusá-lo. Mas Paulo, que era “sagaz”, isto é, tinha uma sabedoria humana e também a sabedoria do Espírito Santo, lança a “pedra da divisão”, dizendo estar sendo julgado pela esperança na ressurreição dos mortos”.
Porém, há uma “falsa unidade”, como aquela dos acusadores de São Paulo na Primeira Leitura. Inicialmente, eles se apresentam como um bloco único para acusá-lo. Mas Paulo, que era “sagaz”, isto é, tinha uma sabedoria humana e também a sabedoria do Espírito Santo, lança a “pedra da divisão”, dizendo estar sendo julgado pela esperança na ressurreição dos mortos”.
Uma parte desta falsa unidade, de fato, era composta por saduceus, que
diziam não existir “ressurreição nem anjo nem espírito”, enquanto os fariseus
professavam esses conceitos. Paulo então consegue destruir esta falsa unidade
porque eclode um conflito e a assembleia que o acusava se divide.
De povo a massa anônima
Em outras perseguições sofridas por São Paulo, se vê que o povo grita sem nem mesmo saber o que está dizendo, e são “os dirigentes” que sugerem o que gritar:
Em outras perseguições sofridas por São Paulo, se vê que o povo grita sem nem mesmo saber o que está dizendo, e são “os dirigentes” que sugerem o que gritar:
Esta instrumentalização do povo é também um desprezo pelo povo, porque o
transforma em massa. É um elemento que se repete com frequência, desde os
primeiros tempos até hoje. Pensemos nisso. O Domingo de Ramos é: todos ali
aclamam “Bendito o que vem em nome do Senhor”. Na sexta-feira sucessiva, as
mesmas pessoas gritam: “Crucifiquem-no”. O que aconteceu? Fizeram uma lavagem
cerebral e mudaram as coisas. E transformaram o povo em massa, que destrói.
Intrigar: um método usado também hoje
“Criam-se condições obscuras” para condenar a pessoa, explicou o Papa, e depois a unidade se desfaz. Um método com o qual perseguiram Jesus, Paulo, Estevão e todos os mártires e muito usado ainda hoje. E Francisco citou como exemplo “a vida civil, a vida política, quando se quer fazer um golpe de Estado”: “a mídia começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes, e com a calúnia e a difamação essas pessoas ficam manchadas”. Depois chega a justiça, “as condena e, no final, se faz um golpe de Estado”. Uma perseguição que se vê também quando as pessoas no circo gritavam para ver a luta entre os mártires ou os gladiadores.
“Criam-se condições obscuras” para condenar a pessoa, explicou o Papa, e depois a unidade se desfaz. Um método com o qual perseguiram Jesus, Paulo, Estevão e todos os mártires e muito usado ainda hoje. E Francisco citou como exemplo “a vida civil, a vida política, quando se quer fazer um golpe de Estado”: “a mídia começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes, e com a calúnia e a difamação essas pessoas ficam manchadas”. Depois chega a justiça, “as condena e, no final, se faz um golpe de Estado”. Uma perseguição que se vê também quando as pessoas no circo gritavam para ver a luta entre os mártires ou os gladiadores.
A fofoca é uma atitude assassina
O elo da corrente para se chegar a esta condenação é um “ambiente de falsa unidade”, destacou Francisco.
O elo da corrente para se chegar a esta condenação é um “ambiente de falsa unidade”, destacou Francisco.
Numa medida mais restrita, acontece o mesmo também nas nossas
comunidades paroquiais, por exemplo, quando dois ou três começam a criticar o
outro. E começam a falar mal daquele outro… E fazem uma falsa unidade para
condená-lo; sentem-se seguros e o condenam. O condenam mentalmente, como
atitude; depois se separam e falam mal um contra o outro, porque estão
divididos. Por isso a fofoca é uma atitude assassina, porque mata, exclui as
pessoas, destrói a “reputação” das pessoas.
Caminhar na estrada da verdadeira
unidade
“A intriga” foi usada contra Jesus para desacreditá-lo e, uma vez desacreditado, eliminá-lo:
“A intriga” foi usada contra Jesus para desacreditá-lo e, uma vez desacreditado, eliminá-lo:
Pensemos na grande vocação à qual fomos chamados: a unidade com Jesus, o
Pai. E este caminho devemos seguir, homens e mulheres que se unem e buscam
sempre prosseguir no caminho da unidade. E não as falsas unidades, que não têm
substância, e servem somente para dar um passo a mais e condenar as pessoas, e
levar avante interesses que não são os nossos: interesses do príncipe deste
mundo, que é a destruição. Que o Senhor nos dê a graça de caminhar sempre na
estrada da verdadeira unidade.
Fonte Brasil 247.
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